tag:blogger.com,1999:blog-240627512024-03-19T15:59:15.866-03:00Arauto do CaosARAUTO :
Emissário, mensageiro, defensor, lutador, propugnador.
CAOS:
Comportamento praticamente imprevisível exibido em sistemas regidos por leis deterministas, e que se deve ao fato de as equações não-lineares que regem a evolução desses sistemas serem extremamente sensíveis a variações, em suas condições iniciais; assim, uma pequena alteração no parâmetro pode modificar todo o sistema. Ou seja, somos a pequena partícula que muda a realidade a sua volta.Arauto do caoshttp://www.blogger.com/profile/01791773248674593932noreply@blogger.comBlogger64125tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-33509332352085235632012-03-01T17:34:00.002-03:002012-03-01T17:40:49.096-03:00<iframe width="420" height="315" src="http://catve.tv/foz-ao-vivo/img/sky_cam_foz.png" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>Minduinhttp://www.blogger.com/profile/14617425691255332229noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-19843793065642313992008-11-19T16:16:00.002-02:002008-11-19T17:14:25.820-02:00The Clash, Clarisse, e a vidaEntrei em casa e coloquei um velho som do The Clash pra rolar, afinal se era pra me sentir com um bocó era melhor me sentir um bocó ouvindo "train in vain".<br />Estava pra baixo me sentindo como um calçado velho que a gente usa muito em casa mas que não saímos na rua por que temos vergonha, e eu me sentia assim por causa de uma mulher, é sempre assim, mulheres, têm o dom de fazer a gente se sentir derrotados.<br />Tudo começou na primeira vez que a vi, ela tinha o sorriso mais bonito da cidade, era espontânea e tinha um senso de humor que me fazia bem. Mas como sempre, ela tinha um defeito Clarisse era casada com um fazendeiro de outra cidade e pelo jeito o cara tinha muito mais dinheiro do que eu teria se pudesse juntá-lo em três encarnações seguidas. Com o passar dos dias Clarissa começou a rodear meus pensamentos, as vezes bolando aquele baseadinho noturno me perdia pensando no seu sorriso e imaginando meus lábios tocando os seus. <br />E acho que ela notou isso porque como um vilão de historias em quadrinhos passou a usar seus encantos cada vez mais, ela havia se tornado a minha criptônita, eu não conseguia mais me concentrar em nada quando ela passava na minha frente.<br />As vezes ela me dava mole, trocamos alguns carinhos mas sempre ficando naquele limbo entre um beijo e um cumprimento. Eu não estava me incomodando com isso, bem, até esta manhã quando mais uma vez, meu imã interno pra confusão entrou em modo evolution.<br />Eram antes das 8 da manhã e eu aproveitando as facilidades de estar vivendo em uma cidade do interior, caminhava para o trabalho, ouvindo um bob marley no mp3 e mais uma vez perdido em meus pensamentos sonhando com lábios carnudos, sorrisos de pérola, seios avantajados e o resto.<br />Mas, como eu disse, a confusão veio ao meu encontro <br />"O piá, ocê é que é o Clóvis???"<br />"Hã, depende" - Eu disse olhando os quatro brucutus que desceram da caminhonete (mais cara que meu apartamento ) empunhando pedaços de madeira , enquanto minha única arma no momento eram meu cérebro e meu mp3. Como acho que meu tocador de musicas não ia causar muito estrago aos quatro cavalheiros postados na minha frente resolvi usar o cérebro e engatar um dialogo non sense meio Monty Python, meio Guy Richie pra ver se me livrava de uma possível confusão.<br />“Como assim depende??”<br />“Ué, existem uns dois milhões de Clóvis no mundo, pode ser que eu não seja quem você está procurando”<br />“Ocê que ta saindo com a Clarissa?”<br />“Não, to indo trabalhar, trabalho em cartório”.<br />“Não perguntei onde você trabalha, to perguntando da Clarisse”.<br />“Que Clarisse? A Lispector...acho que ela escreve bem mas não a conheço pessoalmente?”<br />Nisso o motorista da caminhonete me bateu com o chaveiro em forma de cavalo onde ficava a chave caminhonete gigante.<br />“Você é engraçadinho hein?”<br />“Obrigado, vou fazer um show de comédia pra sua mãe pra Clarisse assim que descobrir quem é ela”.<br />Os caras não tinham o meu senso de humor e eu levei uma chuva de socos e pontapés antes de poder pensar em correr. Mas, em compensação, um deles disse. <br />“Deixa esse pau no cú aí, deve ser o cara errado”<br />Depois de conferir que não tinha nenhum osso quebrado, me levantei dolorido como se tivesse passado por um moedor de carne resolvi ir pra casa fumar um baseado e ligar pro cartório alegando uma diarréia e passar o dia em casa remoendo meus sentimentos e amaldiçoando a Clarisse.<br />Só que logo após o banho recebo uma mensagem de texto no celular, é ela.<br />“Quero te ver, o Roberto viajou para o Paraguay e só vem a noite, em vinte minutos eu tô no seu apê”<br />E em menos de quinze ela estava em pé na minha frente com aquele sorriso lindo, vestida pra matar, rindo do sufoco que eu havia passado e dizendo uma única frase<br />“Vamos trepar, agora! “<br />Por acaso, algum do leitores achou que eu diria não?<br /> Só que agora depois de levá-la até a portaria do prédio e voltar pra casa me sinto um cara derrotado e imaginando quando o Roberto vai saber que eu sou o Clóvis certo.<br />Bom, vou esquecer tudo isso servir uma vodca e continuar ouvindo meu velho rock inglês enquanto me perco entre os lábios e as curvas de Clarisse.Minduinhttp://www.blogger.com/profile/14617425691255332229noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-90715556177680999372008-03-24T09:48:00.002-03:002008-03-24T10:43:08.640-03:00Cadê as suas meias??Deve estar fazendo uns quarenta graus à sombra, estou suando feito um porco velho. Se fosse em outra situação poderiam pensar que eu estou com medo e talvez ja esteja até borrado.<br />Acontece que não tenho medo, não por coragem ou algum outro motivo nobre, mas simplesmente por que nos 10 últimos anos já fiz essa operação centenas, talvez milhares de vezes. Mesmo sabendo que estou vivnendo em uma cidade fronteiriça e que se me pegarem com qualquer quantidade da "mercadoria" no bolso, ainda mais aqui num bar quase dentro da rodoviária, pego no mínimo 15 anos por tráfico de drogas internacional.<br />Foda-se, tô vivendo num degredo auto-imposto pra me livrar de drogas mais pesadas, mulheres que querem meu saco e figado fritos, de cobradores que me ligavam de hora em hora, de propostas de emprego indecentes, da minha mãe, do meu pai, enfim to tentando dar um jeito na minha vida, que nos últimos tempos tem andado tão pra trás que as vezes me sinto o Michel jackson fazendo seu famoso moonwalker.<br />Mas voltando a operação de compra, meu fornecedor parece mais apavorado que eu, ou ele é novo no serviço ou nunca encontrou um usuário tão contumaz e relaxado de erva quanto eu. Afinal um traficante que fica toda hora olhando pros lados como se estivesse muito afetado de pervitin e esbugalha os olhos quando um distinto cliente lhe pede apenas 50 g de erva da boa pra passar o fim de semana??? Não importa depois de me dar uma canseira de de vinte minutos o cara me chama na porta do banheiro e me pede pra entrar com ele, olho pra trás e toda aquela escoria humana, que deve ter uma vida um pouco melhor que a minha, mas ainda assim está num bar de rodoviária numa segunda feira às três da tarde, me olha faz com que eu quase possa ouvir seus pensamentos " porra, viadagem a essa hora". Mas, como eu sempre digo, foda-se. Entro naquele banheiro que cheira e aparenta ter sido usado por ogros vindos do inferno, de tão sujo e fedorento, pego meu tabletinho e ponho no bolso da frente da minha velha bermuda jeans e vou saindo faceiro quando o traficante travado de pervitin me pergunta:<br />-Você vai levar isso aí assim ? tá fazendo volume no bolso<br />Finjo que não ligo e vou saindo, mas a porra da anfetamina do cara deve tá começando a bater agora e ele quer papo, me oferece um conhaque. Naquele bar, em circunstancias normais, eu nao beberia nem uma coca em lata mas, como as mães sempre te ensinam: " Meu filho nunca deixe um trafica travado de anfetamina e com um 38 no bolso falando", eu decido tomar um conhaque com coca cola, afinal puro, nesse calor não rola.<br />Vinte minutos depois, eu pensando "porra quarenta minutos pra pegar 50 g é de fuder", chega um outro cliente e interrompe a história de meu interlocutor sobre um voyage 86 que ele tinha. É minha deixa , antes dele se levantar eu ja estou na rua, mas a coca cola me deixou com a bexiga estourando, resolvo que o banheiro da rodoviaria, que é pago, deve ser limpo o suficiente para que eu possa dar uma mijadinha.<br />Surpresa das surpresas, assim que entro no banheiro com 50 gramas de erva do Paraguai no bolso cerca de oito policiais que estão lá dentro fazendo não sei o que, param o papo e olham pra mim e durante uns trinta segundos fica aquele silêncio incomodo, eu olhando pra eles, eles olhando pra mim até que meu intestino resolve intervir, dou um dos meus melhore peidos até hoje, é um daqueles sonoros e que chegam a arder o nariz de quem está por perto.<br />Olho nos olhos do policial mais mal-encarado do banheiro e digo:<br />-Desculpe, mas tô apertado.- e vou entrando num dos boxes de privada que graças a deus estão limpos.<br />passo mais uns 20 minutos despejando uma merda fedorenta como uma carniça do capeta naquele banheiro branco e bege e torcendo pra que seja tão fedida que os policiais saiam dali. Quando termino de cagar noto que não há papel higiênico no banheiro sem pensar duas vezes tiro as meias novas que uma paquera me deu e limpo o rabo. abro a porta de solsaio e vejo a banheiro vazio. Penso beleza, saio novamente faceiro e quando estou pra sair da rodoviaria um policial, daqueles que estavam no banheiro quando entrei me pergunta se estou bem ao que eu respondo com um sorriso amarelo:<br />- Tô legal, foi só uma coxinha que eu comi<br />-Coxinha de urubu né? - Ele responde.<br />- Deve ser - eu falo sorrindo<br />- Cadê suas meias? Você estava de meias quando entrou no banheiro.<br />- Não tinha papel .....<br />E continuo meu caminho.Minduinhttp://www.blogger.com/profile/14617425691255332229noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-17951582291682880172007-08-17T15:26:00.000-03:002007-08-17T16:09:11.517-03:00Me deixa tomar cerveja em paz.He heh heh, enfim, seis meses passaram rápido nem me lembro mais de como cheguei aqui. Só sei que com alegria escuto o guarda fechar a tranca das gradese deixo para trás o cheiro de mofo e carceragem que adquiri neste lugar.<br />Ao atravessar o portão principal tenho a visão que me fez aguentar quieto estes seis meses, não tem mulheres ,nao tem parentes, ninguém que venha me encher o saco dizendo que sabe como é passar um tempo vivendo como um sabiá enjaulado. Mas está lá, tudo que pedi ao Clóvis, meu advogado. A minha moto, a minha velha jaqueta preta e a mala com a grana que pedi pra ele deixar na porta do presidio.<br />Atravesso a rua sentindo o sol de outono recarregar minhas baterias e pensando que direção tomar. Resolvo conferir se a grana realmente está na mochila, confio no Clóvis, mas ele é advogado né, e pra essa raça nao é bom dar 100% de crédito. Dessa vez ele foi além do combinado deixou a grana e um maço de malboro. Noto que ele está a uns dois quarteiroes na frente só observando, olho pra ele e aceno ligeiramente com a cabeça. Ele acelera com força o velho Camaro 69 que restauramos juntos.<br />Esses sinais, para outras pessoas nao significam nada, mas para nós é algo como uma grande reunião e e demonstração maior de afeto e agradecimento que podemos ter.<br />Monto na minha Shadow 750 dou duas aceleradas grandes olhando o camaro e resolvo seguir para o sul.<br />Com o dinheiro que tenho da pra chegar com calma e bem até Mendonza e acertar algumas contas com os caras que me fizeram passar seis meses vendo o sol nascer quadrado.<br />Oito horas e mil quilometros mais tarde estou num bar sujo numa quase cidade no interior do paraná tentando tirar a poeira vermelha da minha garganta com uma cerveja gelada qunado entra ela.<br />Linda, como se fosse uma personagem de um filme do Tim Burton, branca como a lua cheia, de cabelos negros como a noite e um corpo de quebrar maldições. Ela passa os olhos pelo bar, como se estivesse procurando alguém, e para justamente em mim. Joga um mochila na mesa me dá um beijo cinematográfico e diz:<br />-Guarde pra mim.<br />Depois sai correndo pelos fundos como se estivesse figindo da morte, não entendo nada e continuo com minha cerveja.<br />Um minuto depois entram no bar quatro manés mal-encarados segurando facas e pedaços de pau , me olham como se eu fosse um ET me parguntam sobre a garota. Digo que nao sei de nada, mas um idiota (sempre tem um idiota) derruba minha cerveja e me dá um soco no peito.<br />Olho para o lado e alcanço um taco de bilhar com o qual num movimento unico derrubo dois dos brucutos e olho no fundo dos olhos do cara que parece ser o chefe da gangue.....<br /><br /><br /><br /> Continua.......Minduinhttp://www.blogger.com/profile/14617425691255332229noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-26198104275281845262007-07-10T15:31:00.000-03:002007-07-10T15:58:05.787-03:00Como é legal encontrar velhos amigos.hã?!?!?<br />Ele se surpreende ao ouvir uma voz conhecida chamar pelo seu apelido, afinal faz alguns meses que não encontra ninguém do seu convivio, talvez pelo fato de estar na Bolivia, ou talvez pelo fato de nao estar usando mais cocaína. Tanto faz, o importante é que ao olhar para trás lá está ela, envergando a velha camiseta do The doors ( me pergunto se ela sabe o nome de algum integrante alem do Jim...) com o cabelo solto e uma garrafa de budweiser na mão.<br />-Puta que o pariu, o que vc tá fazendo aqui cara ??<br />- Fugindo de pessoas iguai a você! - eu penso- estou viajando de férias - respondo.<br />Porra quanto mais eu fujo, mais as vida da qual eu estou tentando me livrar mais surgem restos dela escapando pelas frestas.<br />Andamos até o bar mais sujo à nossa vista e ela me diz algo sobre viagem espiritual, peyote, e transcendencia mistica. Tomo um gole de cerveja, e balbucio algumas palavras sobre como ela esta bonita (mentira, mas acho que um tarde de sexo com uma louquinha na primavera boliviana vai cair bem nas minhas memorias).<br />Menos de trinta minutos depois estamos a caminho de um hotel barato em Puerto Quijarro, eu com minha velha mochila preta apenas com coisas de uso pessoal e ela com uma mochila estilo hippie abarrotada de grande parte das drogas ilicitas conhecidas.<br />Bom, só me lembro de quatro dias depois to numa ressaca desgraçada num quarto de hotel imundo com pilhras de garrafas long neck de budweiser num canto, pontas espalhadas<br />e uma calcinha com um bilhete agradecendo por eu ter ajudado a descobrir o animal interior dela!?!<br />Bom pelo menos acho que nao acho mais nenhum conhecido aquiMinduinhttp://www.blogger.com/profile/14617425691255332229noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-4408650240455132372007-06-23T01:07:00.000-03:002007-06-23T01:10:44.794-03:00DinovoComo um mestre ninja velho, calçando sandálias sujas e sorrindo sem dentes para a morte. Aquecendo minhas mãos geladas nos bolsos da velha roupa doada palo imperador, que após várias doses de rum, distribuía ouro negro. O rum, essa merda, trazidas pelos estrangeiros é o demoônio engarrafado e faz com que cavalheiros cordiais se portem como bandidos brutais. Mata um homem e come. Também estou. baby.Minduinhttp://www.blogger.com/profile/14617425691255332229noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-69437393843078251492007-06-23T01:04:00.000-03:002007-06-23T01:06:30.014-03:00a Velha poeira vermelha do noroeste de sp me deixa como um velho carro norte-americanoMinduinhttp://www.blogger.com/profile/14617425691255332229noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-25896846815679883882007-06-23T00:53:00.000-03:002007-06-23T00:54:57.620-03:0010 mãosEnquanto tudo parece certo, quem perde ganha. Após verificar a garrafa de vodka vazia, saiu a passos tortos.Arauto do caoshttp://www.blogger.com/profile/01791773248674593932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-77892988755877281242007-06-23T00:01:00.000-03:002007-06-23T00:46:00.190-03:00FrasesParabéns, cara!<br />Pode beber agora. Limpou a cinza do cigarro que havia caído na calça jeans e deu mais um trago.Com movimentos lentos, levou a mão ao copo e o copo a boca, e fechou os olhos. Agora lembrava-se.<br />Ouvindo os novos jazz bombando no velho continente com minha garota e meus bons brothes, sinto meu corpo flutuar, como se fosse um balao de hidrogenio, e penso:<br />- Garças não são animais tão sem-graça<br />, mas a vida é mesmo engraçada, pois sempre que pensando que estamos indo, na verdade estamos vindo...<br />Bem, na verdade estávamnos "muto loucos!<br />A idéia foi minha:<br />- Então vamos?<br />- Eu não sei... Mas acho...<br /><br /><br />Estou mudando muito, acreditando mais, passando por mudanças que sempre achei impossiveis de acontecer em minha vida...agora,estou cercada de pessoas que fazem parte, e que jamais poderei esquecer...afinal...apredendo cada dia mais com cada um!<br />São pessoas que me ensinaram a cobrar menos de mim, a sorrir dos meus erros...e a acreditar que tudo é possivel!<br />várias geladas depois..... to vendo tudo em sistema dual video ( td duplo!).... porra ! Eles estão desrespeitando o velhoNat Wilder<br />Hoje todo eles estão rindo de cada coisa que faço, chego até me sentir ridicula por isso, mais acredito que eles estão se divertindo como eu!!<br />Mais eu me divirto muito mais com eles...fazem com que eu esqueça o quão dificil é estar nessa vida insossa que levamos..sendo oq não somos e o q não queremos ser para sermos um pouco dignos dessa sociedade que impõe que a gente faça sempre o ridiculo de não sermor oq somos!!!<br />Depois de horas, desperta. Crê que tudo é correto e faz sentido. Bobagem.....acende um cigarro, vai cambaleando até a geladeira, onde uma garrafa de água gelada o aguarda. Abre e logo desiste, não resisitindo a tentação de uma cerveja que lhe sorri da prateleira de cima. Fecha a geladeira e num movimento brusco vira-se, pisando no rabo do cachorro. Merda, nunca percebia a judiação que causava em quem mais gostava.<br />Brisa?<br />Vai saber.<br />Nessas horas ninguém tem certeza.<br />Disse um literato: "...a Viver é uma coisa perigosa...".<br />Sempre preferi Clarisse: Ambos em museus... Já imaginou, alguém que você não conhece, um texto qualquer - igual esse -, algo tipo uma: ... Uma brisa? Será que nesse universo:<br />- Seus sentimentos são só seus?<br />Poderá um dia viver junto dos ditos "normais".<br />Sente que após fechar os olhos tudo fica estranho. Acorda sobressaltado e respira fundo, fugindo de mapas não riscados, que levam a todo e qualquer lugar.<br />Finge-se de sério e veste-se à risca. Toma uma pinga, sorri e acena para o padre, que na porta da igreja procura as criancinhas mais belas para arrebanhar. Então esquece-se de comprar o jornal, caminha mais alguns passos e encara a metrópole. Covarde, não percebe o quanto tem de ter atitude. Não sabe ao certo se a melhor solução é aquela que lhe parece honesta. Repara então aquela garota de olhos claros e sombra negra nas pálpebras, calça de couro colada ao corpo e decote provocante. Por um momento, vai para outra brisa;<br />Sendo assim, prefiro o paraíso pelo clima e o inferno pela companhia.Arauto do caoshttp://www.blogger.com/profile/01791773248674593932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1170867242473662212007-02-07T14:53:00.000-02:002007-02-07T14:54:02.750-02:00A caixa - por Rodrigo PintoAlmet caminhava pelo deserto, suando e com um cajado na mão direita, apoiando-se nos cactos e pedras no caminho. Era meio-dia e o sol castigava seus olhos e a boca seca. Parou e procurou o cantil amarrado na cintura. Levou-o a boca e tomou alguns poucos goles, economizando o precioso líquido. Faltavam seis quilômetros para a vila, uma boa caminhada para um homem que já havia percorrido mais de 15, desde o nascer do sol. Tinha ido com uma missão até a casa de Rafath, no vilarejo vizinho, buscar especiarias e mantimentos. Por isso, vinha com uma grande mochila nas costas, e também a responsabilidade de alimentar os quatro filhos que o aguardavam com sua esposa, Ramef. Depois de tantas horas de caminhada, Almet já não pensava com clareza. Vinha com a vista turva, as mãos calejadas, e as pernas doendo. Foi quando tropeçou em alguma coisa, e foi ao chão. Preguejou com raiva e foi ver o que o havia derrubado. Observou com atenção e seus olhos brilharam ao perceber uma caixa de madeira, toda entalhada com símbolos que ele nunca havia visto. A caixa era pequena, então Almet apanhou-a e guardou num canto da mochila. Continuou sua caminhada mais tranquilo, e a mochila lhe pareceu mais leve. Não tinha mais dores nem sede, então rapidamente chegou a sua casa. Ficou muito contente em rever a família, e foi para seu quarto descansar. Observou sua mochila encostada num canto, e lembrou-se da estranha caixa. Pegou-a e examinou minunciosamente, cada símbolo, cada detalhe da caixa. Então resolveu abri-la. Decepcionou-se. Havia apenas um pedaço de pergaminho enrolado. Contrariado, desenrolou-o e leu : " Esta é a caixa de Menfarej. Deposite aqui sua dor, e nunca mais a verá. Entretanto, cuidado. O que lhe parece doloroso, pode ser seu maior tesouro." Com essa nota enigmática, Almet fechou-a novamente e foi dormir.<br />No dia seguinte, Almet é surpreendido com a notícia da morte de seu velho pai. Al-Elmet estava doente havia muitos meses, e já era sabido que cedo ou tarde, ele padeceria. Mas mesmo assim, Almet sofre demais. Chorava o tempo todo, e durante o funeral, não conseguia se controlar. Chegando em casa, lemrou-se da caixinha e foi até onde ela estava guardada. Abriu-a e não encontrou o pergaminho. A caixa parecia esperar que ele depositasse algo ali. Então ele concentrou-se firmemente, pediu paz e que aceitasse a morte de seu pai. No instante seguinte, Almet sorria. A caixa mostrou-lhe seu pai entre anjos, saudável e sorridente, no paraíso. Almet olhava para o fundo da caixa e assistia aquilo como um filme. Estava feliz. Quando fechou-a, sentiu uma sensação de paz invadi-lo. Conforto. Então Almet soube que tinha encontrado uma caixa mágica, com certeza. Assim, Almet foi vivendo sua vida, sem preocupar-se com o que viesse de ruim. Confiava na caixinha. Quando seu filho mais novo adoeceu, Almet não quis saber de médicos ou hospitais. Almet correu à caixa. Abriu-a e mentalizou seu filho doente. O quanto ele estava sofrendo por ver seu filho moribundo.<br />A história termina com Almet procurando desesperadamente seu filho que havia desaparecido misteriosamente do berço.Arauto do caoshttp://www.blogger.com/profile/01791773248674593932noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1170705881182713532007-02-05T18:02:00.000-02:002007-02-05T18:04:41.256-02:00O que é importante pra mim - por Rodrigo Pinto<span style="font-size:85%;color:#ff0000;">Atenção : este texto não foi revisado, não é baseado em fatos reias e não tem patrocínio de nenhuma das empresas citadas.</span><br /><br /><br />Aristides acordou cedo na quinta-feira. Levantou-se com dificuldade, culpa das doses de vodka que ingeriu na noite anterior. Meio trôpego, caminhou lentamente até o banheiro, e o contato do azulejo frio na sola dos pés fez com que despertasse um pouco mais. Vagarosamente abriu o chuveiro, e tomou um rápido banho. Alguns minutos depois, já barbeado e vestido, saiu de casa atento. A cabeça doía, então passou numa farmácia pra tomar alguma droga pós-ressaca. Martigando um trident de menta, correu até o ponto de ônibus, e ainda ajeitando a gravata, sentou-se na janela. Era um dia importante, não podia chegar amarrotado. O trânsito estava péssimo, e Aristides cochilou. Capotou, melhor dizendo. Aristides babava na camisa limpa e sonhava. Via prateleiras de doces e garotas de biquíni. Via um céu estrelado e também uma estrada de areia que levava a uma cachoeira.... Sonhava e sorria. Quando despertou, sentiu a camisa encharcada de baba e fedendo álcool. Praguejou contra a própria vacilada, e num rápido olhar pela janela, percebeu que havia passado do ponto. E muito. Com raiva, levantou-se desesperado, e nem percebeu sua carteira caindo do bolso. Deu sinal e desceu do coletivo lotado, sendo xingado por velhotas e office-boys de calça larga. Desceu numa rua comercial, e entrou numa loja afim de comprar uma camisa. Era um compromisso importante, droga! O dia mais importante de sua vida, talvez. Não podia chegar com baba de bêbado na camisa. A camisa tinha uma rodela amarelada de baba, ele tinha que jogar no lixo aquela porcaria, então começou a experimentar uma parecida que estava pendurada perto da vitrine. Valeska, a vendedora, aproximou-se com um sorriso, oferecendo-lhe seus serviços. Aristides mal respondeu, disse que já havia escolhido, e ia pagar. Valeska, solícita como deve se esperar de uma vendedora, foi tirar a tal da nota fiscal, para que ele pudesse pagar no caixa. Nesse meio tempo, Aristides percebeu que estava sem a carteira. Puto da vida, utilizou de sua esperteza, e rapidamente, pendurou sua camisa nojenta, babada e suada, no lugar da outra que estava vestido. Quando Valeska voltou, ele já tinha ido embora, mas ela nem notou a troca, acreditando que o homem desistira da compra. A passos largos, Aristides olhava o relógio de pulso e ia perdendo o controle. Não podia chegar atrasado, era um compromisso importante demais. Começava a ficar descontrolado. Na onda de pânico, avistou uma mulher carregando pacotes teve uma idéia. Se ofereceu para ajudar. Esta aceitou, e jogou os pacotes nos braços de Aristides, que ajudou a levar até o carro. Isso, um carro. Era o que ele precisava. Quando a mulher abriu o porta malas do automóvel, Aristides arremessou os pacotes no rosto dela, e apoderando-se da chave, saltou para dentro do veículo, ligando e acelerando com violência. A arrancada foi perfeita, e logo ele dirigia-se a toda velocidade pela avenida Rebouças para seu compromisso. Um sorriso perpassou seu rosto, ele não acreditava, ia dar tempo! Gênio! Roubar um carro para ir até o compromisso. Não era ladrão, oras. Mas tinha que tomar alguma atitude. Roubou uma camisa também. Não era ladrão, oras. Mas tinha que tomar alguma atitude. Enquanto pensava nas justificativas para seu comportamento, avistou a sua frente um comando policial. Merda! Com habilidade, virou a primeira a direita, mas não percebeu que era contra-mão. A batida foi inevitável. Chocou-se de frente com um caminhão da Coca-Cola, que derrubou caixas de lata e garrafas pela pista. Aristides sacudiu a cabeça, espalhando caco de vidro. Levantou-se e se afastou do carro, deixando pedestres e motoristas atônitos. Correu pelo meio-fio, olhando no relógio de pulso. Dobrou outra esquina e pulou um muro, fugindo como podia. Raios! Que azar! Mas ia dar tempo, ia. Ele estava a apenas dois quarteirões do local combinado. Corria como podia, mancando, pois havia machucado o joelho no acidente. Quase chegando, foi abordado por uma horda de hare-krishnas que cantavam e dançavam ao seu redor. Deu uns sopapos em uns dois deles e continuou com ânsia. Estava chegando, ia dar tempo. De repente parou. Avistou um espelho na fachada de um grande hotel. Seu estado era lamentável. Sujo e com cacos de vidro no bolso que ficava no peito da camisa. A calça estava rasgada no joelho, que sangrava. As mãos, vermelhas e quentes, também sujas de lama do rio Ganges. Sem grana, sem documentos. Procurado por roubo de carro. Lamentou-se por ser um perdedor. Sentou e chorou. Lembrou-se da vendedora Valeska, que lindo sorriso. Lembrou-se da dona do carro, tomando um saco de compras do Carrefour na fuça, e caindo desajeitada. Lembrou-se dos funcionários da Coca-Cola, desmaiados e machucados na boléia do caminhão. Lembrou-se dos pobres Krishnas, cheios de fé e amor. Então sentiu-se um egoísta. Pensou em quanta gente ele havia passado por cima pensando em si mesmo. Era tão importante pra ele. Passou uma madame e jogou-lhe umas moedas. Ele comprou um cigarro solto, e fumou calmamente. Foi caminhando lentamente de volta pra casa. Olhou no relógio e sorriu : pelo menos, teria dado tempo.Arauto do caoshttp://www.blogger.com/profile/01791773248674593932noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1165344713287765862006-12-05T16:50:00.000-02:002006-12-05T16:51:53.306-02:00Horários impossíveisOs passos são rápidos, mas não tanto para que as pessoas não percebam sua pressa , vai subindo a rua sem olhar para os lados, de vez em quando da uma trombada nos ombros de alguém. O suor começa a correr na sua face.<br />Ele sabe que não vai dar tempo, sabe que devia ter marcado alguns minutos mais tarde. Enfim chegou a estação do metrô, mas que merda! A fila para comprar o bilhete está imensa, putz, não vai dar tempo! Caralho! Vai contar as moedas fora do guichê seu viado!<br />Até que enfim minha vez, cadê a merda das moedas, ahh aqui estão. Até que enfim, consegui chegar a plataforma agora são só mais dez minutos.<br />Porra de metrô que só anda e para, já estou 25 min atrasado, não vai dar tempo!<br />Ufa!cheguei à São Bento! Agora é só atravessar a estação!<br />Começo a correr, sabendo que não vai rolar, enfim cheguei à boa vista.<br />Lá estão eles com os copos cheios, e já estão me xingando, Putos!<br />Enchem meu copo, mas continuam e me encher a paciência, acho que eu gosto desse bando de bêbados me enchendo, por isso prefiro chegar atrasado e beber a cerveja junto com eles!Minduinhttp://www.blogger.com/profile/14617425691255332229noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1164973768391579422006-12-01T09:36:00.000-02:002006-12-01T09:59:47.066-02:00Uma canção para Alaor - por Rodrigo PintoEram 16 horas e Alaor estava sentado em frente ao computador, na redação do tablóide sensacionalista em que trabalha, tentando terminar sua coluna para entregar até o final da tarde, mas não conseguia se concentrar.<br />Calor desgracento, que deixava a testa gordurenta, e fazia o suor brotar detrás da orelha. Ele aforuxava a gravata manchada de café e enxugava a o rosto com a palma da mão, enquanto a outra segurava um cigarro. O clima modorrento do local contribuía para a falta de inspiração. Alaor bufava, e agitado, mexia-se na cadeira. Dava mais um trago no cigarro e tamborilava os dedos na mesa. Foi quando ele ouviu. Levantou a cabeça e prestou atenção, como um cão que levanta as orelhas. Eram vozes. Distantes, mas com certeza milhares de vozes. Uma multidão. Pareciam cantar alguma coisa. Alaor espichou o pescoço pro alto, e olhou para o nada. Queria ouvir melhor. O que diziam as vozes? Bem lá no fundo, conseguiu entender. Realmente era uma canção. Uma marchinha de caranaval, que ele particularmente odiava, afinal faziam trocadilho com seu nome toda vez que ela tocava: " Alalao-o-o-or o-o-or , mas que calo-o-o-or", de novo : Alalao-o-o-or o-o-or , mas que calo-o-o-or" .<br />Alaor teve ódio. Desde criança, detestava aquela musiquinnha, aquele trocadilho ridículo era motivo de sarro dos colegas. Lembrou-se de sua infância na periferia paulistana, o calor de fevereiro, e ao chegar na escola, seus amiguinhos gritavam : Olha o Alaor!!! Ele tentava correr, mas as crianças o cercavam, davam as mãos e cantavam : "Alalao-o-o-or o-o-or , mas que calo-o-o-or" "Alalao-o-o-or o-o-or , mas que calo-o-o-or" , e riam, riam muito do pobre do Alaor. Batiam na sua cabeça e chutavam seu traseiro, cantando : "Alalao-o-o-or o-o-or , mas que calo-o-o-or". Malditas crianças!<br />Ele levantou-se de um pulo da sua cadeira, derrubando o cigarro no tapete. As vozes continuavam a cantar. Ele foi até a janela, abriu-a e procurou de onde vinha a cantoria. Não viu nada, além de prédios cinzas e carros acelerando. Pessoas caminhando e ambulantes vendendo merda. Fechou o vidro com uma batida, e foi conferir os colegas de redação, só podia ser sacanagem de algum deles. Viu o Moacir, lendo o jornal. "Alalao-o-o-or o-o-or , mas que calo-o-o-or" , olhou para o Fred, que estava tomando café junto com o Eusébio. "Alalao-o-o-or o-o-or , mas que calo-o-o-or". Foi até o banheiro, vazio. "Alalao-o-o-or o-o-or , mas que calo-o-o-or" . Desesperado, corria pra lá e pra cá, procurando de onde vinha a maldita melodia. Correu entre as mesas, derrubando canetas e papéis. Os amigos olhavam espantados. Alaor abira gavetas, batia as portas dos armários, revirava cestos de lixo. "Alalao-o-o-or o-o-or , mas que calo-o-o-or" . Alaor suava e abria as cortinas, levantava o tapete, fuçava na terra dos vasos de flores. Onde estavam os malditos? Aos poucos as vozes foram ficando mais altas, e Alaor descontrolado, tapava os ouvidos, lembrando os traumas de infância. "Alalao-o-o-or o-o-or , mas que calo-o-o-or" . Correu para as escadas e desceu os degraus de dois em dois. Passou pela portaria do prédio, tapando os ouvidos e sacudindo a cabeça, as vozes agora praticamente gritavam nos seus ouvidos. "Alalao-o-o-or o-o-or , mas que calo-o-o-or" O sol do final de tarde ofuscou seus olhos quando alcançou a rua, e ele não percebeu que ia para o meio da avenida. Um ônibus em alta velocidade acertou Alaor em cheio, jogando-o a metros de distância. Silêncio. Os curiosos se aglomeravam, e viam o homem ali caído, com as duas mãos no ouvido, e um sorriso no rosto.<br />Alaor acordou no hospital, meses depois.<br />Não ouvia mais canção alguma, então sorriu mais uma vez. Silêncio do hospital. Cheiro de flores. Finalmente paz. Tentou se mexer e não podia. Nem braços, nem pernas, nada além do pescoço. Ouviu os passarinhos cantando do lado de fora, e acompanhou o ritmo dos assovios com a cabeça pra lá e pra cá ."Alalao-o-o-or o-o-or , mas que calo-o-o-or" ...Arauto do caoshttp://www.blogger.com/profile/01791773248674593932noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1164822909564147152006-11-29T15:41:00.000-02:002006-11-29T15:55:34.663-02:00Dentes grandes - por Rodrigo PintoSombria e traiçoeira, ela movia-se rapidamente, quase invisível pela escuridão. Como um bicho peçonhento, rastejava agilmente em direção de sua presa. Seus ouvidos captavam o menor ruído e o faro aguçado permitia sentir cheiros a quilômetros de distância. Ouvia o som de música alta e conversa. Altas horas da noite, a hora preferida. Galgava o topo das árvores levemente, quase sem peso. Deparou-se com um muro alto, e num pulo já estava do outro lado. Vestida de negro, cabelos loiros, ela era um perigo ambulante. Invadiu o clube e já conseguia enxergar sem dificuldade o salão de baile lotado. Jovens bebendo e rindo, rock'n roll rolando. Era dia de show do Korzus e ela sabia que no meio da galera nem seria notada. Nenhum daqueles adolescentes perceberia aquela loira pálida e fria movendo-se entre eles. Ela ajeitou os cabelos, arrumou o generoso decote e adentrou. Alguns caras admiravam sua beleza, sem perceber o quanto era amaldiçoada. Andou alguns passos acompanhando a música e encostou no balcão do bar. Não demorou para ser notada por Alfredinho, moleque com fama de conquistador que andava sempre pelo salão atrás de gatas pra paquerar. Ao ver aquele loira sozinha no bar, não pensou duas vezes. Caminhou até ela e puxou conversa :<br />- Oi gata, nunca te vi por aqui.<br />-Essa é velha, guri - disse ela, sorrindo maliciosamente.<br />-Mas parece que você gostou ! Sou o Alfredinho.<br />-Muito prazer, meu nome é Aléxia.<br />-Uau que nome diferente gata. Vamos dançar?<br />-Não sei dançar. Mas sei fazer muitas outras coisas se vier comigo...<br />Alfredinho arregalou os olhos e acompanhou Aléxia levantando-se e saindo jogando os cabelos, exalando sensualidade. Ela, por sua vez, reparou na veia pulsante no pescoço do rapaz, e com facilidade estava seduzindo-o.<br />Sem demora ele foi atrás dela que saía do salão e ia para o jardim. No meio do caminho, bêbados, maconheiros e casais se misturavam na escuridão. Alfredinho não estava acreditando na sua sorte, e agarrando Aléxia pelo braço, pediu :<br />-Espere por mim!!<br />Ao sentir o pulso gelado da garota, soltou-o. Ela virou -se e encarou-o com olhos vermelhos como brasa. Assustado, o garoto recuou, mas no momento seguinte ela já o segurava pelo pescoço e com força vampírica, esmagava sua traquéia. Deixou as presas a mostra e cravou com força no pescoço de Alfredinho que sem ar, não conseguia gritar. Sorveu grandes goles e soltou o corpo inerte no chão. Limpou o sangue com as costas da mão, e com o bico da bota, empurrou o cadáver sem sangue para atrás de um arbusto.<br />-Não disse que sabia fazer outras coisas , Alfredinho ? - e riu maldosamente.<br />Agora ela estava alimentada, pronta para realizar sua vingança. Com o sangue tomado, seu corpo parecia muito mais belo, os cabelos brilhavam com a luz da lua. Ela era linda, sensual e mortal. Um perigo delicioso. Ela tem dentes grandes.<br /><br />......homenagem a André Vianco.......Arauto do caoshttp://www.blogger.com/profile/01791773248674593932noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1164729514606693432006-11-28T13:57:00.000-02:002006-11-28T13:58:34.626-02:00Um dia de cão7:00 da manhã, 27º graus, uma ressaca do caralho acompanhada de uma diarréia filha da puta, me levanto, sabendo que estou atrasado e não acho uma camiseta limpa.<br />Pego uma camiseta preta e desbotada do Metallica e me dirijo para o ponto de ônibus, que pra minha “sorte” acabou de passar. Por isso tenho que correr dois quarteirões e inteceptá-lo antes da avenida principal do bairro. Quando consigo pegar a porcaria do coletivo, que já está lotado, lembro que esqueci minha maconha, essas pequenas coisinhas do dia-a-dia acabam com minha paciência na quarta-feira logo cedo. Mas ainda não acabou sentam duas Marinetes uma perto do cobrador, outra no último banco e ficam conversando, com aquelas vozes de gralha , acho que nuns 137 decibéis, e meu nível de estresse aumenta. Rapidamente, uns 40 minutos depois, eu chego ao metrô que por coincidência também está lotado e não é que as duas desgraçadas com voz de gralha pegam o mesmo vagão que eu!<br />Mas não perco a esportiva, vou espremido até a desgraça da estação da Sé, lá entra a já famigerada manada de gnus-de-rodeio e me imprensam ainda mais, pra piorar uma velha me olha feio achando que eu to encoxando aquela bunda gorda, que mais parece uma casca de mixirica, mas mesmo assim eu continuo impassível.<br />Enfim chego a estação do meu destino (sim aquela merda de empresa exploradora que banca a merda do meu aluguel) ainda corro mais dois quarteirões pra não chegar depois do horário, mas mesmo assim perdi 5 preciosos minutos da empresa.<br />Nessa hora seu José, um nordestino legal que cuida da portaria vem me zuar e diz que estou 5 minutos atrasado, ele não devia ter dito isso.<br />Respondo com toda a classe que os presidiários do extinto Carandiru tinham<br />- Vai tomar no cú velho filho da puta!<br />E entro calmamente, na sala onde irei passar mais 9 relaxantes horas do meu dia.Minduinhttp://www.blogger.com/profile/14617425691255332229noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1163440493303369022006-11-13T15:38:00.000-02:002006-11-13T15:54:53.330-02:00100 título - por Rodrigo PintoAtestando a qualidade dos produtos.<br />Ao princípio da nobre 2° feira, domingo descontrolado, a ponto de danos materiais causados pelo excesso de confiança adquirido pelo cio feminino. E que saudades. Aquele segredo tão macio e quente, aquela noite louca, ouvindo Kleiton e Kledir cantar paixão. Proximidade e querer que linhas loucas possam trazer a realidade infinita, num maluco loop de emoção, em cada gesto, em cada sorriso, em cada toque ao bel querer. A vida prometida, levando a sério cada momento, te mantendo firme as suas convicções.<br />Pagando caro, talvez nada. Nunca é sempre e cada segundo é um aprendizado. É até engraçado os caminhos do pecado.<br />Confiar em si mesmo e torcer pelo bem. Eternamente bem. Começa assim, as vezes mal. Onde será que isto vai parar? Pagar pra ver. 27 anos de felicidade, olhando coisas mesquinhas e mantendo-se atento. Admira-se com o novo mundo. O nosso, velho e bom, esquecido e trocado por momentos com alguém. Continua ali, esperando como a noiva que até o último instante, permanece no altar. Deixa aflorar o que é belo, o resto jogue aos ratos. Confia e percebe o quanto tem ainda para "mostrar". A quem?<br />Orgulha-te a ti mesmo e o som que te agrada é a vontade não forçada que te guia ao certo caminho. Não para ninguém, sim pra todo alguém que queira participar. Confunde as idéias e afasta o pensamento, essa presença terna de um velho boêmio, cercado de secos e molhados, de aventuras e esperança, fica claro o risco a correr. Nada é por acaso, e será resolvido de acordo com a fé que traz. Posso parar agora? Olhar do lado e ter certeza de que vai valer a pena.Arauto do caoshttp://www.blogger.com/profile/01791773248674593932noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1156860522609945492006-08-29T11:07:00.000-03:002006-08-29T11:08:42.623-03:00Hora do mergulho - por Rodrigo PintoPor mais que pense, não consegue sorrir. Levanta-se, tira o pó do casaco e caminha a passos curtos, em direção a lareira. Enfia a mão no bolso e tateando procura um pequeno bilhete em papel pardo. Retira do bolso, em meio a cédulas de baixo valor amassadas, o tal papel. Abre e relê, uma , duas vezes. Atira-o ao fogo. Acabou-se. De súbito, leva as mãos à cabeça, e num gesto louco, sacode-a para os lados, como um enorme hipopótamo incomodado com moscas varejeiras nojentas.<br />Gira o corpo, e no momento seguinte sai em direção a porta. Abre-a num rangido e um vento cortante invade o aposento. Sai pela rua, procurando o bar mais próximo. Não demora a encontrar, e puxando as míseras notas sujas, estende ao dono do bar, que lhe serve uma vodka com gelo. Demora-se tomando, lembrando daquelas estranhas palavras que mudariam sua vida. Acende um cigarro e apóia a cabeça nos braços, fumando olhando para o bico das próprias botas, desgastadas pelo tempo. Traga com vontade, e sopra a fumaça em direção da lata de lixo imunda, com vermes enrolados num pedaço de carne podre.<br />Levanta os olhos num ânimo renovado, e de um gole só, termina seu drink. Sai do bar às pressas, com uma urgência incomum, e a passos largos, quase correndo, vai para as docas. Cheiro de peixe, marinheiros e estivadores jogando baralho e bebendo rum, como velhos piratas parados no tempo. Nem notam a presença daquele homem de sobretudo, barba por fazer e hálito de álcool, que caminha serpenteando a margem. Respira fundo aquele ar salgado. Pára e pensa. Ouve o pio de uma gaivota, e a sinfonia das ondas. Sente vontade de chorar e sabe o que deve fazer. Tira as botas e sobe na amurada mais próxima, sentindo o frio nos pés. Um mendigo lhe rouba os sapatos, e ele mergulha. Silêncio e escuridão. Frio, molhado. Afunda vagarosamente, sorve vários goles de água salgada e entrega-se. Num último instante, ainda vê o rosto dela.Arauto do caoshttp://www.blogger.com/profile/01791773248674593932noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1156336633261700702006-08-23T09:36:00.000-03:002006-08-23T09:37:13.276-03:00Continuação.....por Rene DonatoANTES DE LER ESTE, LEIA O POST ANTERIOR:<br /><br />Ouvi gritos de socorro ecoando pelos ares, como uma sirene de ambulância insuportavelmente teimosa queresolve espantar os pombos do fio.-Tive que voltar para acudir aquela "xarope" novamente.Entrei na casa dela correndo sem saber o que poderia estar acontecendo, me deparei...com uma mulher...toda ensanguentada..._ Novamente ela se assustou ao me ver...mexeu oslábios como se quisesse dizer algo, mas o ar não saiu.Eu disse...tá bom..já sei...já sei! Coisas de mulher.Então disse a ela:- Meu dia está um porre hoje...estou tentando sair paratrabalhar, mas não consegui nem sair da rua de casa. Salvei umavelhinha, e quando fui ver se havia quebrado as pernas, elaachou que eu pudesse estar abusando dela e saiu correndo. Ajudeium gato a descer da árvore tomei unhada na cara...e vc nemviu...e pra finalizar abri o resgistro da sua casa que vc mesmohavia fechado ontem porque os garotos da rua vem beber agua na sua torneira. E vc ainda achou que eu era um fantasma só porqueseu chuveiro começou a sair água sozinho!- E agora vc ainda vai querer o que ? Que eu vá comprar absorvente na farmácia?!Ela agora parecia totalmente descrente e desnorteada.Resolvi que não iria mais trabalhar no PS naquele dia..que se dane...se alguma vida teria que ser salva..que fosse a minha...fui me isolar na minha casa,e no caminho pensei: "UMA MULHER COM TPM!? DO QUE NÃO É CAPAZ?!" (bem, pelo menos ela deveria estar melhor, afinal já havia menstruado!)Arauto do caoshttp://www.blogger.com/profile/01791773248674593932noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1156166126266839802006-08-21T10:14:00.000-03:002006-08-21T10:15:26.280-03:00História.....continue..... - por Carina Martins, leitora do ArautoEstava eu sentada no banquinho em frente a pracinha da Mariposa que fica ao lado do quartel policial aqui mesmo em Nossa senhora dos perdões, um bairro pobre, porém com muitas pessoas honestas e trabalhadoras. De repente veio um carro desgovernado e atropelou uma senhora idosa, ela devia ter uns 60 e poucos anos. A rua em poucos minutos ficou cheia, com muitos curiosos querendo saber se tinha sido algo grave, mas graças a Deus, a velhinha só teve alguns arranhões. Foi a sorte! Continuei ali mesmo sentada no meu banquinho vendo aquele vai e vem de gente quando avistei um homem todo de branco, com um semblante muito honesto como a maioria por aqui, ele se aproximou da senhora que sentada no meio fio com algumas escoriações e falou:<br />- Olá senhora eu fui mandado aqui para salvar a senhora que por um fio não perde a sua vida . Mas quem é você?<br />- Eu sou um estagiário do P.S aqui do Centro desta cidade, mas eu posso lhe ajudar! A velhinha calou-se por alguns estantes e soltou um longo:<br />- Obrigadoooooooooooooooooooooo querido, mas eu já estou bem e posso me levantar e caminhar!<br />- Mas senhora, vamos fazer um curativo?<br />A senhora levantou-se e disse em alto e longo som:<br />- EU JA DISSE QUE NÃO PRECISO DE SUA AJUDA! OBRIGADA!<br />Neste momento a velhinha saiu caminhando numa velocidade muito rápida, todos que estavam por perto, acharam estranha aquela reação, mas não havia nada que pudesse ser feito, já que ela era maior de idade.<br />Resolvi entrar e tomar um banho já que o sol estava muito quente e eu já estava muito suada, pois já estava ali há mais de uma hora sentada no meu velho banquinho.<br />Entrei no banheiro, abri o chuveiro, mas foi nesse momento que percebi que não tinha água, foi quando de toalha sai no quintal para verificar o registro dei de cara com aquele homem novamente que dizia ser o estagiário do PS, que me disse:<br />A sra precisa de ajuda?<br />- Mas você de novo? O que esta fazendo aqui no quintal da minha casa?<br />Ele respondeu :<br />- Eu fui enviado para ajudar a senhora.<br />- Mas eu não preciso da sua ajuda!!!!<br />Foi quando ao olhar para o chuveiro entre o vão da janela percebi que naquele momento a água voltava a cair e quando me virei aquele homem desapareceu como um passe de mágica foi ai que percebi que este homem era realmente muito estranho.<br />Como ele desapareceu assim do nada!? Neste momento entendi o pq do desespero daquela idosa que estava caída e se levantou tão bruscamente e saiu em tão alta velocidade. Será que aquele homem, estagiário, de branco, era algo irreal? Será que ele era algo do mal? Meu Deus o que fazer?<br />Comecei a rezar. Só que quanto mais eu rezava, mais a minha mente se dispersava pensando no dito cujo, e comei a ver vultos e a tremer e a ter calafrios, e tentando de todas as formas me concentrar, quando de repente sinto uma mão no meu ombro...<br />O medo foi tamanho, mas eu não podia me desesperar, teria que reagir, e se esse cara pretendesse me matar?! E se esse homem fosse um morto vivo!? Quando olhei para trás, não havia mais ninguém e notei q escorria sangue do meu corpo, foi ai q soltei um grito estridente: SOCORROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!Arauto do caoshttp://www.blogger.com/profile/01791773248674593932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1154096822328499162006-07-28T11:24:00.000-03:002006-07-28T11:27:02.350-03:00Capuz<div align="right"><em><strong>Texto de Carla Betez ( amiga do Rodrigo e do Minduin)</strong></em></div><br /><br /><br />Como vim parar aqui?<br />Foi a primeira pergunta que me passou pela cabeça quando abri os olhos.<br />Pra falar a verdade, nem sabia se realmente abri os olhos, já que tudo aqui é escuridão.<br />Só depois de alguns minutos percebi um tecido cobrindo minha cabeça. Um capuz que deve ser de tecido grosso e escuro, já que não enxergo luz alguma pela trama. Ou será o ambiente que não tem luz alguma?<br />Ambiente. Que lugar é esse?<br />Sinto um cheiro de umidade, não ouço som algum. Tenho medo até de me mexer e... E o que? Esbarrar em alguma coisa, me machucar? De repente cair num abismo que está logo à minha frente? Caraca.<br />Tento gritar, pedir por ajuda, mas só agora percebo que, pra prender o capuz, há uma corda amarrada, e bem amarrada, em volta do meu pescoço. Tão presa que quase esmaga a minha traquéia. Qualquer tentativa de gritar quase me sufoca.<br />Fico por alguns minutos imóvel, sem saber o que fazer e o que pensar.<br />Depois de algumas horas de total imobilidade, escuto um som metálico. Algo como uma tranca se abrindo, e em seguida som de dobradiças... Ufa, até que enfim alguém pra me tirar daqui!<br />Esboço uma tentativa de me levantar, mas logo em seguida o mesmo barulho: som de dobradiças e a tranca se fechando. Como assim, o que aconteceu? Será que só queriam se certificar que eu ainda estava aqui e me abandonaram de novo?<br />Preciso descobrir o que está acontecendo: onde estou? Porque estou?<br />Decido que vou vasculhar o lugar. Com muito cuidado, já que o abismo pode estar à minha frente...<br />Deito-me no chão e estico meu corpo. Com os pés toco o que creio ser uma parede. Com as minhas mãos toco a outra extremidade, e vejo que se trata de uma ambiente com paredes rústicas, só com o reboco.<br />Giro 90° e consigo, da mesma forma, tocar as paredes com minhas extremidades. Levando em conta que tenho 1,70 de altura, chega à conclusão que estou num cômodo com menos de 2 metros quadrados.<br />E de altura? Qual a metragem do pé direito deste quarto? Estico os braços pra cima. Não toco nada. Dou um pulo o mais alto que consigo. Não toco nada. Menos mal. A idéia de um pé direito baixo, mesmo que eu não possa ver, faz aflorar os meus instintos claustrofóbicos.<br />Mas então... Que barulho foi aquele? Decido vasculhar com mais calma o meu cárcere e, em uma das paredes, sinto uma superfície fria. Gelada como aço. Aço...Dobradiças...Descubro de que lado fica a porta. Por extinto procuro uma maçaneta. Nada. Mas percebo que na parte de baixo da porta existe uma portinhola. Será a portinhola que fora aberta quando escutei o barulho? Dou alguns passos pra trás e tropeço em algo que, pelo som, acaba de tombar...Com as mãos vasculho e percebo que, ali, atrás de mim, há um prato cheio de um líquido quente e um copo (agora emborcado) que parecia conter água. Só então percebo o que estou morrendo de sede. E de fome. Tomo o líquido que está dentro do prato, e descubro que é uma água morna, meio salgada, meio amarga, com alguma coisa sólida que parece ser alguma folhagem, talvez uma verdura. Projeto de sopa, mas que cai como uma benção no meu estômago judiado. Deve fazer um bom tempo que não como, que não bebo.<br />Quanto tempo será que estou aqui? Não consigo me lembrar. Não consigo me lembrar como vim parar aqui, e porquê. Puxando bem pela memória, a última coisa que lembro é eu indo dormir numa noite de quarta-feira (lembro que era quarta porque passava jogo de futebol na televisão). E, de repente, acordo num quarto pequeno, escuro, úmido, com um capuz na cabeça e um prato de sopa amarga na minha frente.<br />Os dias passam (decido que vou contar os dias de acordo com a refeição que me entregam, que imagino ser uma vez por dia) e nenhuma resposta.<br />Tento me comunicar com a pessoa que abre a portinhola pra me passar a água e a sopa, mas minhas tentativas são em vão. Ignorado totalmente.<br />Faz dias que não falo com ninguém, faz dias que não vejo a luz, faz dias que só escuto o barulho da tranca e da portinhola, faz dias que só como um prato de sopa amarga e bebo um copo d’água, faz dias que tento arrancar esse maldito capuz da minha cabeça, faz dias que estou perdendo minha sanidade.<br />Será que cometi um crime atróz e fui preso? Será que isso é um seqüestro? Será que é um pesadelo? Ou será que morri e esse é meu inferno?<br />E se eu me matar? Se eu não me engano nas minhas contas precárias, faz mais de um semestre que estou aqui, na minha empolgante rotina. Dorme, acorda com o prato de sopa morna, come, faz algum exercício pra não atrofiar os músculos, enlouquece um pouco, dorme de novo.<br />Enlouquecer. Sim, estou enlouquecendo. Será que temos consciência que estamos enlouquecendo? Ou quando achamos que a loucura passou é que estamos realmente loucos?<br />Decidi: vou me matar. Mas como?<br />Talvez de inanição. Já estou fraco mesmo, poucos dias que ficar sem comer o caldo morno já são o suficiente para eu morrer de fome. Mas deve ser tão sofrido, passei muita fome na minha infância, e não era uma sensação muito agradável.<br />Vou me enforcar com a corda que prende o capuz. Mas ela está tão apertada, tão rente ao meu pescoço, que fica impossível manipulá-la.<br />E se eu der com a cabeça na parede até conseguir um traumatismo craniano? Não, pode ser que eu só desmaie, e depois acorde com o crânio fraturado, um puta machucado na testa, um coágulo cerebral que pode talvez me causar um AVC... E tudo isso sem assistência médica. Sofrimento, é justamente disso que quero me livrar...<br />Acho que vou simplesmente deitar de barriga pra cima e esperar:<br />Esperar um raio divino que me fulmine, esperar alguém que me tire daqui, esperar eu terminar de enlouquecer de vez, esperar que esse maldito capuz seja tirado.<br />E no meio desse redemoinho de idéias, abro os olhos.<br />E não vejo mais escuridão. Não vejo mais a trama escura do capuz.<br />Enxergo simplesmente uma lâmpada no teto. De poucos watts, do jeito que eu gosto, baixa iluminação no meu quarto. Meu quarto? Este teto que vejo à minha frente está descascado igual ao teto do meu quarto, isso quer dizer que... Dou um salto e constato que estava deitado na minha cama!<br />Minha casa, minhas coisas. Minhas roupas sujas jogadas displicentemente no chão, caixas de pizza vazias embaixo da cama, poeira nos poucos móveis que tenho, o pratinho do meu cachorro cheio de ração e a televisão ligada passando... Jogo de futebol! Piririca da Serra futebol clube versus Quinta de Jaúma, o jogo daquela quarta –feira que eu acreditava ser minha última lembrança da minha vida normal!!!!!!!<br />Apalpo meu corpo e ele não é mais aquele esquelético de só comer sopa de folhas e beber água. Ele está do jeitinho que era antes do longo período encarcerado.<br />Foi tudo um sonho! Um maldito pesadelo! Que coisa mais horrível!<br />Acho que vou jogar uma água no rosto, só pra me certificar que estou mesmo acordado...<br />Entro no banheiro, abro a torneira da pia e, com a mão em concha, jogo uma boa quantidade de água no rosto. Ah, que sensação maravilhosa! Com as pontas dos dedos sinto meus lábios, meu nariz, meus olhos, minha barba por fazer... Tudo bem diferente do tecido grosseiro do capuz.<br />Mas ao olhar meu rosto no espelho, logo abaixo do meu queixo, assim, na base do pescoço, vejo sulcos profundos e bem arroxeados, como se fosse a marca de uma corda bem apertada que esteve lá durante meses...Minduinhttp://www.blogger.com/profile/14617425691255332229noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1154023417141780562006-07-27T15:02:00.000-03:002006-07-27T15:03:37.160-03:00Sangue Azul - texto de Rene DonatoEntão...estava eu no meu novo emprego, cheguei logo cedim..pra não começar dando brecha, essas coisas que a gente só faz no primeiro mês, estilo qdo compra caderno novo e quer fazer letras bunitas.....redondas.... Tudo quieto...acendi as luzes..com o copim de chá fervendo na mão.....coisa de gordim querendo emagrecer. Liguei todos os aparelhos eletronicos...tantos que parecia que ia acabar as luzes da cidade..... pelo consumo exagerado de energia. As impressoras parecendo que vão ter ataques epiléticos sendo que nem imprimir nada ainda iam, pareciam me xingar..... filho da mae ...me acordou...e tendo crepes.... Sentei no micro...senha...e net..óbvio....blog preferido orkut, mail...e login no msn. Putz...lembrei...coisa pra imprimir... Vou mandar na HP A3 gigantona....boa qualidade.... a fdp..passa até sensor pra ver se o tamanho da folha tá certa. Corel aberto e control P foi.... Que barulho estranho ..... Mas ok...a folha saiu normal... Meio suja mas saiu...que porra...quem sera que meteu folhas sujas aqui? Outra cópia...cápista! Control P e foi. Ué deve ta suja essa merda ...dentro...outra folha que manchou...ô loko puta pelota de´pó....na saida de folha da impressora. Peguei na mão.....e olhei bem de perto...um bolo de pó cian....pó cian? Será?...porra tem olho..num acredito...que agonia... foi tanta agonia....e nojo, com raiva....que nem consegui me mexer....só fiquei encarando emputecido... a metade ...apenas metade....da largatixa pintada de cian.. coisa linda....depois da raiva...fiquei com dó e pensei....essa deve ter doido....ela ainda deu uma fisgada nas patas dianteiras..pq as traseiras ja não existiam...essa no ataque faminto da impressora ao invés de deixar só o rabo, deixou foi tudo...acho que pela dor deixou a parte traseira toda...hauhauhau... Taquei no lixo..e filosofei: Largatixa é Rainha? acho que não? mas que sangue azul da porra! e fim.;Arauto do caoshttp://www.blogger.com/profile/01791773248674593932noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1154019655678272212006-07-27T13:58:00.000-03:002006-07-27T14:00:55.696-03:00Quase surreal<div align="right"><strong><em>Texto de Nayara Screpani ( namorada do Minduin e amiga do Rodrigo)</em></strong></div><br />Era um dia ensolarado, eu estava sentado em meu tronquinho, observando a<br />dança das muriçocas e borrachudos q se preparavam para uma grande refeição.<br />Pensava em qual peraltice eu faria naquele dia.<br />Pensava e pensava, mais nada vinha em minha mente. Foi quando avistei de longe<br />um casal, Jubileu e Jurema, que acampavam próximo ao meu grande pé de<br />bananeira. Passei a observá-los, usavam roupas estranhas, cabelos bizarros<br />e tinham vários desenhos pelo corpo, mais o que realmente me chamava a atenção<br />era aquele cigarro, q os deixava de olhos vermelhos, sorridentes,<br />despreocupados e tinha um odor maravilhoso, cigarro esse q sempre encontrava<br />os restos quando retornava para minha casa.<br />Decidi q acompanharia aquele casal durante todo dia, claro, sem q eles me<br />notassem, pois eles seriam minhas vitimas.<br />Eles percorreram trilhas, pararam em alguns bares da cidade, exploraram tudo que<br />havia de mais misterioso e resolveram voltar. Foram para uma casinha<br />estranha da qual chamavam de barraca, e eu decidi q aquele era meu momento<br />de pregar uma peraltice, afinal eles estavam descontraídos, e nada<br />perceberiam.<br />Jurema se despiu junto ao companheiro para um descanso merecido depois<br />daquele dia tão cheio. Foi quando entrei em ação. Vi uma blusa de cor gritante,<br />q me chamou muita atenção e decidi q aquele seria o objeto usado pra pregar<br />uma peça naqueles dois seres estranhos.<br />Peguei a blusa, e corri alguns metros e fiquei a observar... Jurema levantou<br />de repente, procurou a blusa e não achou, Jubileu por sua vez saiu da<br />"barraca", tiravam tudo q havia lá dentro, apavorados, indignados com o que tinha<br />acabado de acontecer, afinal não encontravam explicação pra tal perda.<br />Eu ria muito, ao ver aquela situação q tinha provocado.<br />Esperei eles adormecerem pra q eu efetuasse a devolução, afinal, já tinha<br />conseguido o q queria, q era vê-los assustados. Deixe a blusa na porta<br />daquela casinha estranha e fui me juntar aos meus amigos... Os duendes... Sou<br />um deles.<br />No dia seguinte, acordei com muita curiosidade em saber qual seria a reação<br />daqueles seres quando vissem a blusa, dobrada, na porta da casinha deles..fui<br />até eles e observei a cara de satisfação por achar e o medo de não terem<br />entendido o que aconteceu.<br />Eles foram embora quando a noite chegou e eu fiquei com a saudade e com a<br />esperança que eles voltem.Minduinhttp://www.blogger.com/profile/14617425691255332229noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1154008221125791352006-07-27T10:49:00.000-03:002006-07-27T10:50:21.156-03:00Coito interrompidoO frio está cortante, o vento parece assobiar em meus ouvidos quando passo pelos desfiladeiros criados pelos arranha-céus da 24 de maio, eu devia ir pra casa mas ainda são apenas 2:40 da manhã, eu ainda estou careta e sem inspiração pra escrever minha coluna semanal naquele jornal direitista de merda, mas que em compensação, está pagando o estacionamento na praça ramos onde deixei minha moto ( sim! agora ando de moto, perigoso, radical, e não viro mais abóbora).<br />Espero que o bom e velho Sol Nascente esteja aberto, afinal com as merdas que o pcc anda fazendo pela cidade é bem capaz daquele bunda-mole do Cidão ter fechado o boteco, com estes pensamentos me assaltando a mente noto que as ruas estão mais vazias e que os policiais parecem andar fugindo em seus carros luminosos como arvores de natal, noto também que é seguro acender meu baseado enquanto não chego ao bar.<br />Acendo meu beckzinho e continuo a caminhar de repente sem mais nem menos um grupo de adolescentes sai da rua Marconi fazendo algazarra e conversando em voz alta, algo que faz com que eu me interesse por suas palavras. O que parece ser o líder da matilha diz algo que me faz sorrir:<br />- Eu sou mais malandro que o D2 e Chorão juntos!<br />Como eu estava dizendo, sorrio, pois o que estes adolescentes que devem ser alguns poucos mais jovens que eu tem uma visão completamente equivocada do que é malandragem, sinto um vontade imensa se sentar com eles no Sol Nascente e explicar que malandros de verdade eram, Hunter Thompson, Bukowski, Nelson Gonçalves, Nelson Rodrigues, Adoniran Barbosa. Esses sim eram malandros de verdade, mas não to com saco de bancar o professor hoje, então sigo meu caminho com destino ao bar onde pretendo encontrar cerveja gelada e inspiração pra maldita coluna.<br />Quando entro avenida Ipiranga tenho um sensação de satisfação afinal meu boteco preferido está aberto, porém minha satisfação é interrompida em questão de segundos pois um carro da policia civil para em frente ao bar e noto que descem do carro quatro caras sendo que um deles é o Bellini, um cara que já me salvou de algumas enrascadas.<br /> Penso que ele vai me contar algum segredo de uma investigação em que está metido e eu vou rir de suas situações com as putas da augusta. Mas não é nada disso que acontece em questão de segundos dois caras numa moto passam e dão uma rajada de metralhadora em direção a meu boteco preferido, vejo o Bellini se esconder atrás da viatura, dois policiais caírem e os vidros do bar se estilhaçarem, penso : - Que merda!<br />Viro nos calcanhares e decido que esta semana é melhor eu beber na merda do boteco em frente a minha casa na periferia da zona norte mesmo, e sem as histórias do Bellini, afinal daqui a cinco minutos o centro estará uma merda com policia pra todo lado e sem sossego pra uma gelada.Minduinhttp://www.blogger.com/profile/14617425691255332229noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1152557071089780862006-07-10T15:42:00.000-03:002006-07-10T15:44:31.106-03:00A propostaEle olhou a sua volta, eram 4:30 da manhã e no bar restavam apenas os bêbados que não tinham para onde ir ou não tinham vontade de ir. Olhou para a a mesa na diagonal oposta a sua e se perguntou porque aquele garoto tatuado e de olhos vermelhos acabara de levar um baita soco. Sorriu e entendeu que o garoto lembrava sua juventude a muito passada.<br />Passou a mão pela hirsuta barba ruiva e resmungou:<br />- Estou cansado...- lembrando e amaldiçoando o dia em que encontrou aquela jovem na taverna do velho Antonio.<br />Afinal quanto tempo havia se passado desde o maldito acordo?? Mil?? Não, na verdade haviam se passado exatos mil e cinco anos desde que a “patroa do barqueiro” havia lhe proposto o acordo.<br />O velho, como o chamavam, decidiu que era a hora de contar sua história e propor o acordo ao rapaz, e tinha que convencê-lo antes que a senhora do Estige aparecesse para o encontro.<br />Viu o rapaz levantando-se para sair e acenou e chamou o jovem para que lhe acompanhasse numa cerveja e disse que tinha uma proposta a fazer, o jovem olhou para ele desconfiado, mas ele esclareceu logo que não era nenhum pederasta nem nada , queria apenas fazer negócio com o jovem.<br /><br />-Ei garoto sente-se e escute a minha história, sem interromper, se você seinteressar pela permuta, fica a conversamos com a minha acompanhante que chegará daqui a alguns minutos, adianto-lhe que será vantajoso para você de qual quer forma. Antes porèm devo me apresentar....<br /><br /><strong>Continua.....<br /></strong>Minduinhttp://www.blogger.com/profile/14617425691255332229noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24062751.post-1147955251405685912006-05-18T09:23:00.000-03:002006-05-18T09:27:31.433-03:00Se vc acha que o Chuck Norris é foda....<strong><em>Sílvio Santos Facts</em></strong><br /><br />-Silvio Santos inventou o Natal pois não sabia que nome dar para a Tele-Sena de Dezembro.<br />-Silvio Santos joga banco imobiliário com dinheiro de verdade.<br />-Jesus transforma água em vinho. Silvio Santos transforma qualquer porcaria em dinheiro.<br />-Na sua ultima tentativa de dar uma esmola, Silvio Santos soterrou um sem teto com 3 toneladas de moedas de 5 e 10 centavos.<br />-Silvio Santos é o ser humano vivo que mais possui empresas no planeta. As iniciais SA que figuram depois dos nomes das maiores empresas do mundo significam, na verdade, Senor Abravanel.<br />-Certa vez o coração de Silvio Santos ficou parado por 5 minutos, ele retornou dono de 80% do além.<br />-Silvio Santos pessoalmente descobriu a cura da Aids. Em 2015 ele pretende revelar esse segredo como prêmio do Raspe Aqui da Telesena de Ano Novo.<br />-Em 1929, Silvio Santos jogava Banco Imobiliário e exclamou "estou falido!". O mal-entendido causou a quebra da bolsa de Nova York, o infarte de 67 mil economistas e o mercado financeiro levou anos para se recuperar.<br />-Antes da invenção da moeda o sal era usado como item para troca de valores. Silvio Santos na verdade inventou a moeda porque o tamanho de sua montanha de sal estava se tornando excessivo. A montanha está de pé até hoje e atualmente é conhecida como Everest.<br />-Murphy joga poquer com Silvio Santos 2 vezes por mês e por mais que tente, ele nunca consegue fazer sua lei funcionar com Silvio Santos.<br />-70% do peso de uma pessoa comum é água. 70% do peso de Silvio Santos são notas de R$50,00 e R$100,00.<br />-Esses fatos na verdade não sao aleatórios, Silvio Santos determina pessoalmente em que ordem serão exibidos. Quando eles se repetem após o refresh é porque ele está de sacanagem.<br />-Silvio Santos pode contar até o infinito - Sua fortuna, porem, continua incauculável.<br />-O sistema anti-furto da fortuna de Silvio Santos é baseada totalmente na equação "Infinito - Qualquer Valor = Infinito".<br />-Dizem que, se você repetir "Silvio Santos" três vezes diante do espelho, um aviãozinho feito com uma nota de R$100 voará pra dentro de sua casa.<br />-No dia em que nasceu, imediatamente após sair do útero de sua mãe, Silvio Santos entregou uma nota de 100 reais a ela e agradeceu. Em seguida disse: "- Sai pra lá! Sai pra lá!" - gentilmente empurrando-a em direção à saída.<br />-Silvio Santos compra cada vez menos coisas. De fato, existem cada vez menos coisas que não pertencem a ele.<br />-Israel só não dominou os territórios palestinos pois Silvio Santos se recusa a financiar guerras. Ele prefere fazer uma versão Israel x Palestina do programa Family Feud.<br />-O número telefônico da casa de Silvio Santos é 2. O nº 1 pertenceu à Graham-Bell, inventor do objeto em questão.<br />-Silvio Santos teve que abandonar sua carreira de jogador de futebol porque no início dos jogos a moeda que o juíz jogava para o alto sempre caía em seu bolso.<br />-Seu Barriga deve 11 meses de aluguel para Silvio Santos.<br />-O penteado de Silvio Santos foi projetado por Oscar Niemeyer.<br />-O extrato bancario de silvio santos daria 5 vezes a volta ao redor do globo terrestre, sobrando ainda uma ponta pra fazer a rabiola.<br />-Para rebater os boatos de que ele é careca, Sílvio Santos arrancou um pedaço de seu couro cabeludo para testes. Esse pedaço ganhou vida e se chama Tony Ramos.<br /><br /><br />Este post na verdade é um spam que recebi de alguém pela net, e como estava a mais de um mês sem postar resolvi colocá-lo aqui, não sei quem criou portanto no vou dar o crédito.<br />e aguardem pois na proxima semana tem textos do senhor minduin para nossos fieis leitores se deliciarem .Minduinhttp://www.blogger.com/profile/14617425691255332229noreply@blogger.com1