quarta-feira, novembro 19, 2008
The Clash, Clarisse, e a vida
Entrei em casa e coloquei um velho som do The Clash pra rolar, afinal se era pra me sentir com um bocó era melhor me sentir um bocó ouvindo "train in vain".
Estava pra baixo me sentindo como um calçado velho que a gente usa muito em casa mas que não saímos na rua por que temos vergonha, e eu me sentia assim por causa de uma mulher, é sempre assim, mulheres, têm o dom de fazer a gente se sentir derrotados.
Tudo começou na primeira vez que a vi, ela tinha o sorriso mais bonito da cidade, era espontânea e tinha um senso de humor que me fazia bem. Mas como sempre, ela tinha um defeito Clarisse era casada com um fazendeiro de outra cidade e pelo jeito o cara tinha muito mais dinheiro do que eu teria se pudesse juntá-lo em três encarnações seguidas. Com o passar dos dias Clarissa começou a rodear meus pensamentos, as vezes bolando aquele baseadinho noturno me perdia pensando no seu sorriso e imaginando meus lábios tocando os seus.
E acho que ela notou isso porque como um vilão de historias em quadrinhos passou a usar seus encantos cada vez mais, ela havia se tornado a minha criptônita, eu não conseguia mais me concentrar em nada quando ela passava na minha frente.
As vezes ela me dava mole, trocamos alguns carinhos mas sempre ficando naquele limbo entre um beijo e um cumprimento. Eu não estava me incomodando com isso, bem, até esta manhã quando mais uma vez, meu imã interno pra confusão entrou em modo evolution.
Eram antes das 8 da manhã e eu aproveitando as facilidades de estar vivendo em uma cidade do interior, caminhava para o trabalho, ouvindo um bob marley no mp3 e mais uma vez perdido em meus pensamentos sonhando com lábios carnudos, sorrisos de pérola, seios avantajados e o resto.
Mas, como eu disse, a confusão veio ao meu encontro
"O piá, ocê é que é o Clóvis???"
"Hã, depende" - Eu disse olhando os quatro brucutus que desceram da caminhonete (mais cara que meu apartamento ) empunhando pedaços de madeira , enquanto minha única arma no momento eram meu cérebro e meu mp3. Como acho que meu tocador de musicas não ia causar muito estrago aos quatro cavalheiros postados na minha frente resolvi usar o cérebro e engatar um dialogo non sense meio Monty Python, meio Guy Richie pra ver se me livrava de uma possível confusão.
“Como assim depende??”
“Ué, existem uns dois milhões de Clóvis no mundo, pode ser que eu não seja quem você está procurando”
“Ocê que ta saindo com a Clarissa?”
“Não, to indo trabalhar, trabalho em cartório”.
“Não perguntei onde você trabalha, to perguntando da Clarisse”.
“Que Clarisse? A Lispector...acho que ela escreve bem mas não a conheço pessoalmente?”
Nisso o motorista da caminhonete me bateu com o chaveiro em forma de cavalo onde ficava a chave caminhonete gigante.
“Você é engraçadinho hein?”
“Obrigado, vou fazer um show de comédia pra sua mãe pra Clarisse assim que descobrir quem é ela”.
Os caras não tinham o meu senso de humor e eu levei uma chuva de socos e pontapés antes de poder pensar em correr. Mas, em compensação, um deles disse.
“Deixa esse pau no cú aí, deve ser o cara errado”
Depois de conferir que não tinha nenhum osso quebrado, me levantei dolorido como se tivesse passado por um moedor de carne resolvi ir pra casa fumar um baseado e ligar pro cartório alegando uma diarréia e passar o dia em casa remoendo meus sentimentos e amaldiçoando a Clarisse.
Só que logo após o banho recebo uma mensagem de texto no celular, é ela.
“Quero te ver, o Roberto viajou para o Paraguay e só vem a noite, em vinte minutos eu tô no seu apê”
E em menos de quinze ela estava em pé na minha frente com aquele sorriso lindo, vestida pra matar, rindo do sufoco que eu havia passado e dizendo uma única frase
“Vamos trepar, agora! “
Por acaso, algum do leitores achou que eu diria não?
Só que agora depois de levá-la até a portaria do prédio e voltar pra casa me sinto um cara derrotado e imaginando quando o Roberto vai saber que eu sou o Clóvis certo.
Bom, vou esquecer tudo isso servir uma vodca e continuar ouvindo meu velho rock inglês enquanto me perco entre os lábios e as curvas de Clarisse.
Estava pra baixo me sentindo como um calçado velho que a gente usa muito em casa mas que não saímos na rua por que temos vergonha, e eu me sentia assim por causa de uma mulher, é sempre assim, mulheres, têm o dom de fazer a gente se sentir derrotados.
Tudo começou na primeira vez que a vi, ela tinha o sorriso mais bonito da cidade, era espontânea e tinha um senso de humor que me fazia bem. Mas como sempre, ela tinha um defeito Clarisse era casada com um fazendeiro de outra cidade e pelo jeito o cara tinha muito mais dinheiro do que eu teria se pudesse juntá-lo em três encarnações seguidas. Com o passar dos dias Clarissa começou a rodear meus pensamentos, as vezes bolando aquele baseadinho noturno me perdia pensando no seu sorriso e imaginando meus lábios tocando os seus.
E acho que ela notou isso porque como um vilão de historias em quadrinhos passou a usar seus encantos cada vez mais, ela havia se tornado a minha criptônita, eu não conseguia mais me concentrar em nada quando ela passava na minha frente.
As vezes ela me dava mole, trocamos alguns carinhos mas sempre ficando naquele limbo entre um beijo e um cumprimento. Eu não estava me incomodando com isso, bem, até esta manhã quando mais uma vez, meu imã interno pra confusão entrou em modo evolution.
Eram antes das 8 da manhã e eu aproveitando as facilidades de estar vivendo em uma cidade do interior, caminhava para o trabalho, ouvindo um bob marley no mp3 e mais uma vez perdido em meus pensamentos sonhando com lábios carnudos, sorrisos de pérola, seios avantajados e o resto.
Mas, como eu disse, a confusão veio ao meu encontro
"O piá, ocê é que é o Clóvis???"
"Hã, depende" - Eu disse olhando os quatro brucutus que desceram da caminhonete (mais cara que meu apartamento ) empunhando pedaços de madeira , enquanto minha única arma no momento eram meu cérebro e meu mp3. Como acho que meu tocador de musicas não ia causar muito estrago aos quatro cavalheiros postados na minha frente resolvi usar o cérebro e engatar um dialogo non sense meio Monty Python, meio Guy Richie pra ver se me livrava de uma possível confusão.
“Como assim depende??”
“Ué, existem uns dois milhões de Clóvis no mundo, pode ser que eu não seja quem você está procurando”
“Ocê que ta saindo com a Clarissa?”
“Não, to indo trabalhar, trabalho em cartório”.
“Não perguntei onde você trabalha, to perguntando da Clarisse”.
“Que Clarisse? A Lispector...acho que ela escreve bem mas não a conheço pessoalmente?”
Nisso o motorista da caminhonete me bateu com o chaveiro em forma de cavalo onde ficava a chave caminhonete gigante.
“Você é engraçadinho hein?”
“Obrigado, vou fazer um show de comédia pra sua mãe pra Clarisse assim que descobrir quem é ela”.
Os caras não tinham o meu senso de humor e eu levei uma chuva de socos e pontapés antes de poder pensar em correr. Mas, em compensação, um deles disse.
“Deixa esse pau no cú aí, deve ser o cara errado”
Depois de conferir que não tinha nenhum osso quebrado, me levantei dolorido como se tivesse passado por um moedor de carne resolvi ir pra casa fumar um baseado e ligar pro cartório alegando uma diarréia e passar o dia em casa remoendo meus sentimentos e amaldiçoando a Clarisse.
Só que logo após o banho recebo uma mensagem de texto no celular, é ela.
“Quero te ver, o Roberto viajou para o Paraguay e só vem a noite, em vinte minutos eu tô no seu apê”
E em menos de quinze ela estava em pé na minha frente com aquele sorriso lindo, vestida pra matar, rindo do sufoco que eu havia passado e dizendo uma única frase
“Vamos trepar, agora! “
Por acaso, algum do leitores achou que eu diria não?
Só que agora depois de levá-la até a portaria do prédio e voltar pra casa me sinto um cara derrotado e imaginando quando o Roberto vai saber que eu sou o Clóvis certo.
Bom, vou esquecer tudo isso servir uma vodca e continuar ouvindo meu velho rock inglês enquanto me perco entre os lábios e as curvas de Clarisse.
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