sexta-feira, abril 07, 2006

ÚLTIMO CAPÍTULO - É TÃO DIFÍCIL ASSIM? - de Rosa Pellegrino

Capítulo 7- FINAL

A noite chegou e todos ansiavam pelo início do baile. Era notável o capricho na decoração. Todos conversavam alegremente, dançavam e se divertiam muito.
Nas masmorras, Snape estava muito mal-humorado. Olhava-se no espelho e ouviu o reflexo zombar "Tá bonitão hein Severus... quer se entrelaçar com uma bruxinha..." e deu uma piscadela. Snape quis esmurrar o espelho, mas sabia que era em vão.
Ele não se esforçou muito para compor um visual diferente. Preferiu vestir uma calça social preta, de corte reto; uma camisa branca de seda, sapatos caprichosamente polidos, pretos e de bico quadrado. Amarrou os cabelos negros com uma fita igualmente preta. Então lembrou-se da máscara. Buscou-a na gaveta da escrivaninha. Era simples, mas expressava muito de seu estado de espírito: parte era branca e parte era preta. Colocou-a e partiu para o salão comunal.
"Ah, que alegria que me dá Severus!!", alegrou-se Dumbledore ao ver o amigo chegar. Abraçou-o paternalmente.
"Interessante", prossegue Alvo.
"O que Alvo?"
"Sua máscara, expressa exatamente o seu interior, não é mesmo meu filho?" E lá se ia Alvo, sem chances de retrucar... Isso deixava Snape desconcertado.
Ela não estava lá, logo notou. Ele percorreu com os olhos e não a encontrou. Foi quando a viu, entrando no salão. A visão o entorpeceu. Edrea escolhera um vestido muito lindo: um longo vinho, de seda, modelado perfeitamente em seu corpo. Um decote princesa deixa parte do colo a mostra. As mangas cobrem os braços e findam em pontas. A máscara era igualmente vinho, em forma de olhos de gato, sem detalhes. Ao chegar no salão, sentiu o que há tempos não lhe ocorria: olhos que a invadiam. Buscou-os e deparou-se com um par de olhos negros.
Em seus devaneios não notara que um homem alto e esguio se aproximara furtivamente. A poucos metros, Snape a olhava intensamente.
"Que beleza temos aqui!"
Em um salto Edrea se dirigiu ao interlocutor: era Sirius. "Black, já lhe disse que gatos não gostam de cachorros!", foi a única coisa que lhe ocorreu.
Sirius prosseguiu: "É... tenho a impressão que gostas de morcegos, não é mesmo minha cara?" , e sorriu maliciosamente.
"Não sei do que falas homem!", e já ia se esquivar, mas Sirius foi rápido, a puxou pelo braço e forçou um contato olho no olho, corpo no corpo.
"Qual é o seu problema gatinha? Gostas de quem te desdenhas, enquanto tem quem daria de tudo para ter a sua atenção?"
Aquilo a espantou, sabia que Sirius era mulherengo, pelo menos era o que diziam, mas não imaginava que ele realmente estivesse atraído por ela. Edrea emudeceu, o que diria?
Foi então que, sem eles notarem, o homem alto e esguio pôs-se ao lado de Edrea. Os olhos negros cintilavam de ódio, mas seu corpo permaneceu estático. Foi quando a voz mais letal de Snape se pronunciou.
"Sabia que eras um vira-latas degenerado Black, mas não a ponto de importunar a moça, só porque ela não o queres."
"É agora", pensou Edrea. Concluiu que ia ter uma briga e tanto. Mas, não. Sirius a largou e a empurrou em direção ao Snape. Ela se desequilibrou e foi aparada pelo mestre das poções.
"É... tempos loucos" - começou Sirius - "gatos e morcegos juntos... é, não é todo dia que se vê isso...", e saiu sem olhar para o casal.
Snape estava estarrecido com a ousadia do colega e Edrea ainda estava esperando que algo ruim acontecesse, como se Sirius fosse tornar-se um cão e atacar Snape. Viram o bruxo se afastar dali.
Ambos estavam tão entretidos em seus próprios pensamentos que não notaram como estavam juntos. Snape havia cercado Edrea com os braços e ela estava com as mãos no peito do professor. Seus olhos se cruzaram, estavam muito próximos, sentiam a respiração um do outro. Edrea se inebriou com o perfume amadeirado de Severus e ele sentia embevecido a doce fragrância da jovem.
"A srta. aceitarias conceder uma dança a este rabugento colega?", pediu Snape com um sorriso incrivelmente sedutor e nada frio.
Edrea apenas sorriu e se aninhou nos braços de Snape. "Se isso for um sonho espero que nunca acabe", pensou o bruxo.
A música era lenta e romântica. Um imprimia o corpo no do outro. Estavam grudados. Num determinado ponto da sala, Alvo acompanhava o casal com um sorriso iluminado. "É... não é tão difícil assim...", disse baixinho o sábio bruxo e retornou as suas atenções para Minerva.
Severus sorvia o perfume de Edrea e acariciava-lhe as costas. Tirou uma mão da cintura e buscou o queixo da moça, gentilmente trazendo-a para lhe fitar. "Ah, a quanto tempo não durmo direito por sua causa...", disse numa voz aveludada e sensual. "E esses olhos que me evitaram todo esse tempo... era como se o sol nunca mais nascesse para mim...".
Edrea não conteve uma lágrima que correu-lhe a bochecha corada. Severus a secou com os lábios. "Me perdoe", ronronou ao ouvido da bruxa e notou que ela se arrepiara. Voltou a fitá-la nos olhos e seu coração quase parou quando ouviu o doce "sim" emitido pelos lábios de sua amada.
No segundo seguinte eles já não estavam mais no salão. Severus aparatou. Da penumbra surgiram velas iluminando o ambiente. Ela não reconheceu. Ainda com a jovem em seus braços, Snape explica: "São meus aposentos Edrea". Ela estremeceu, não se sabe se por ter ouvido seu primeiro nome sair daqueles lábios ou se pela revelação.
Carinhosamente, sem soltá-la, Severus tira a máscara da amada e passa os dedos esguios pelo rosto da bruxa. Ambos se olham apaixonadamente. Ela retira a máscara e acaricia o rosto dele. O silêncio já não era perturbador. Silêncio? Não mesmo. A respiração do casal estava sôfrega e descompassada. Os corações ricocheteavam dentro de seus peitos.
Severus não agüentou mais aquela espera. Tomou avidamente os lábios vermelhos de Edrea em um beijo apaixonado e faminto. Com o encontro dos lábios, Edrea gemeu e respondeu ao beijo com total entrega. Um beijo longo e avassalador. Severus desceu, beijando-a no pescoço e no colo enquanto a levava para sua cama. Antes de se aprofundar nas carícias, Severus respirou profundamente e disse-lhe, sempre olhando-a nos olhos: "Eu te amo com todo o meu coração, minha alma e minha mente." "Eu também te amo Severus, meu único amor, meu único homem."
Naquela noite, a fria masmorra se aqueceu com o amor que tomava os aposentos do Mestre das Poções. Se entregaram de corpo e alma, amando noite adentro...
No baile ninguém notara a ausência daquele peculiar casal. Ninguém?
"Alvo, é minha impressão ou o seu plano deu certo?", dirigiu-se Sirius com ar descontraído.
"É meu prezado amigo, eu te disse, não é tão difícil assim... com uma ajudinha sua", e riu junto à Sirius.
Na manhã seguinte, Edrea acordou, mas não ousou abrir os olhos. Sentiu-se aconchegada nos braços do amado e o perfume dele ainda a entorpecia. "Será que foi tudo um sonho?", pensou.
"Não meu anjo", respondeu Snape, que já estava acordado e, travessamente, leu a mente da amada.
Os olhos castanhos se abriram e viram Severus olhando-a com carinho, olhos negros não mais frios e cruéis, mas incrivelmente doces e apaixonados. Ele a trouxe para próximo do seu rosto e a beijou carinhosamente, acariciando-lhe as costas. O beijo foi interrompido com um ruído. Ambos olham para a porta dos aposentos e notam Firenze entrar todo pomposo, acompanhado de Dobby.
O elfo não olhou para o casal entrelaçado, apenas disse-lhes: "Alvo Dumbledore está muito feliz e encube Dobby de trazer o café da manhã ao casal. Dobby feliz também" e saiu com um sorriso tímido dos aposentos de Snape. Firenze postou-se ao lado da cama, com um incrível sorriso maroto, foi pelo menos o que concluiu o casal.
Edrea olhou para Severus "É, Firenze nunca se engana...". O bruxo sorriu. "Onde estávamos mesmo?", ronronou Snape, gesticulando para que Firenze se retire. O bichão saiu rapidamente e muito feliz. O Mestre das Poções lançou um feitiço e trancou a porta...
O casal ficou a manhã toda nas masmorras, conversando e fazendo planos. No almoço, apareceram de mãos dadas. Hogwarts ficou estarrecida.
"Não acredito, olha lá o professor Snape, tá... sorrindo?", uma aluna da Lufa-Lufa comentou. E esse realmente foi o assunto do momento.
Snape puxou a cadeira para Edrea e sentou-se ao lado da amada e do velho amigo Alvo, que estava irradiante. Antes de começarem o almoço, Dumbledore se levantou e anunciou: "É com imensa alegria que comunico a Hogwarts que fomos presenteados com o amor! Sim meus caros, os professores Severus Snape e Edrea Gray selaram o namoro!!"
Palmas e interjeições tomaram o salão. Edrea corou e Snape ficou sério, mas ainda com a feição leve. O casal soube do plano de Alvo e Edrea ficou aliviada ao tomar conhecimento de que Sirius fazia parte.
"Seu morcegão sortudo!! Isso não quer dizer que não continue achando-a linda...".
"Sirius", cutucou Minerva.
"Mas não é?", questionou marotamente. Sirius empalideceu ao ver a expressão de fúria em Snape e não abriu mais a boca.
Em alguns meses foi anunciado o noivado. Mas isso é uma outra história, quem sabe...
*FIM*

N.A.: Olá leitores!! Essa é minha primeira fic. Após ler dezenas de histórias, resolvi passar para a tela a minha própria criação. Perdoem-me eventuais falhas e escrevam-me para comunicar o que acharam. Vocês leitores são primordiais para a nossa criação! Muito obrigada por terem lido até aqui e um forte abraço!!
Ah, sim, amamos o nosso querido Mestre das Poções!! ;)

3 comentários:

Anônimo disse...

Nome do texto:
'É tão difícil assim?'
Resposta:
Sim, é, quer dizer, foi...
Acabou, finalmente!
hahahahahahaahahahahhaha
Beijos para vc, Rosa Rumorosa!

Anônimo disse...

Ué... Cê não tinha se matado??
Um abraço efusivo procê "Mr. Coward"!!

Anônimo disse...

Ahhhh Rosa...relaxa, mulher!
Eu morri de uma forma hipotética, só isso. Não sou um Phoenix que renasce das cinzas não...
Efusivo abraço para vc tb, que pelo jeito assiste Rock Gol.