segunda-feira, abril 03, 2006
É TÃO DIFÍCIL ASSIM? capítulo 5 - texto de Rosa Pellegrino (um toque feminino no Arauto)
Capítulo 5
"CA-LA-DA!!"
Aquilo a fez saltar e tremer. Snape se aproximou a passos rápidos e firmes. A cabeça de Edrea estava a mil. "Sai daí, vai. Ah, qual é, você é um animago, ataca ele..." Não concluiu os pensamentos, Snape estava a menos de um palmo dela.
Ela sentia a respiração ofegante dele ricochetear a sua própria pele. Os olhos faiscando de ódio e de... hein?? Não terminou o raciocínio. Snape a tomara nos braços e a beijava apaixonadamente, com todo o desejo e amor possíveis. Edrea se desmanchou em seus braços e retribuiu o beijo fervorosamente.
A jovem pula e senta na cama, ofegante. Nota que suava muito, como se tivesse em febre. Leva os delicados dedos aos lábios e a sua mão chama a atenção. Estava com um curativo. Então a noite passada veio em sua memória, trazendo uma incrível enxaqueca. Lembrou-se que se embriagou, desvairada quebrou a taça com a mão e sorveu até a última gota no gargalo da garrafa. E desmaiou.
Com os miolos cozinhando e a mão doendo, nota que Firenze também acabara de acordar e a olhava gentilmente perto da cabeceira. Com certa lerdeza, levanta-se e se admira com o sangue no lençol, concluindo a imprudência que fizera e se perguntando quem poderia ter feito o curativo e por que. Olha inquiridora para o felino, que simplesmente ignora o olhar e se espreguiça faceiramente.
A passos lentos, com as pernas pesadas, Edrea vai até a janela e abre as cortinas. Sua cabeça latejou mais forte e seus olhos arderam. Estava um belo dia ensolarado. Fechou a cortina como um vampiro que foge do sol. Olhou o relógio atordoada e se apressa ao ver que estava atrasada para o café no salão comunal.
"Você está com uma aparência deplorável querida", ironiza o reflexo no espelho do banheiro. Edrea o ignora. Toma uma ducha rápida e vai ao armário. Hoje decidiu se vestir bem como o seu humor: toda de preto. Subitamente arregala os olhos e desfaz a idéia ao se lembrar de certo alguém que só se veste de preto.
Então viu umas peças de um azul marinho profundo como a mais escura noite sem estrelas e sem luar. Vestiu a calça, a bata que deixava seus ombros a mostra e o colete, o típico uniforme de Edrea, conclui a própria ao calçar as botas. Com um leve movimento da varinha, arruma os cabelos e se maquila. Mas seu aspecto ainda era decepcionante. Olheiras profundas e um ar abatido. Conjura óculos escuros. E resolveu usar as luvas, para escamotear a mão ferida. Não queria questionamentos. Deu o café da manhã de Firenze e saiu voando dali, estava mais do que atrasada.
O salão comunal estava cheio; um falatório e tanto. Não olhou para ninguém, mas todos os professores a olharam. Sentou-se entre Sirius e Flitwick e se concentrou no café da manhã. As vozes acabavam com os poucos miolos que lhe sobraram.
"Não lhe parece um bom dia não é mesmo Edrea?" perguntou Sirius preocupado.
A bruxa limitou-se a um sorriso amarelo.
"Perdoe-me a intromissão, mas, por que estes óculos?"
"Já ouviu falar numa doença trouxa, Sirius? Conjuntivite?"
"Sim", mas Sirius não engoliu a resposta. Notou que ela também vestia luvas. No entanto não quis perturbar a jovem com mais perguntas.
Snape estava um tanto perturbado. Viu o estado da garota e notou que ela não olhava para ninguém ou para coisa alguma, só para o que estava na sua frente, à mesa.
Durante o café, Edrea fez um retrocesso do seu primeiro mês em Hogwarts. "Porre no serviço Edrea? Você nunca foi de beber... Tsk tsk... Não perca a cabeça por idiotices", sua consciência a aconselhava.
Pela primeira vez na manhã, sua atenção foi chamada ao centro da mesa. Era Alvo que pedia silêncio.
"Bom dia a todos! Como sabem no fim deste mês teremos o dia das bruxas e, como acontece anualmente, teremos um baile para comemorarmos a ocasião. Dentro de algumas semanas Hogwarts verá a melhor festa das bruxas em anos!!"
O salão veio a baixo. Os alunos comemoravam como nunca. Alvo pediu silêncio e prosseguiu.
"Alunos e professores estarão dispensados de seus deveres nesta data para concluirmos os preparativos do baile, que será de máscaras. Obrigado e tenham um excelente dia!!"
O falatório retornou em dobro. Edrea gemeu baixinho com a dor de cabeça. "Tudo bem querida?" era a vez de Flitwick. Edrea acenou positivamente com a cabeça. Última a chegar e a primeira a sair. Todos notaram.
"Com licença srta. Gray", solicitou Alvo.
"Bom dia senhor", Edrea estava em sua sala lendo atentamente umas papeladas...
"Desculpe a intromissão, mas a srta. não está nada bem hoje. Notei que mal se alimentou. E isso não é da conjuntivite". Edrea jurou ver um sorrisinho por entre a barba prateada do velho bruxo.
"É Dumbledore, nada lhe escapa, não é mesmo?"
"Vamos, você precisa tomar alguma coisa para melhorar. Me acompanhe."
A jovem seguiu o bruxo. Num dado momento da caminhada, o sangue em suas veias parecia ter congelado, notando que se encaminhavam às masmorras.
"Senhor, não deveríamos ir para a enfermaria?"
"Minha filha, nada que uma poção do professor Snape não resolva."
A bruxa seguiu como se tivesse indo para o matadouro. O velho bruxo parecia estar se divertindo com a situação.
Snape estava na mesa lendo textos de alunos quando a duplo chegou. "Bom dia Severus!"
"Bom dia Alvo", então Snape levanta os olhos e vê que o amigo estava acompanhado. "Em que posso ser útil?", fala vagarosamente.
"Severus, aquela poção que solicitei por favor."
Edrea não levantara a cabeça, olhava fixamente o chão. Snape se dirigiu ao armário e trouxe um pequeno frasco com conteúdo azul céu.
"Aqui está senhor."
"Ótimo!! Cuide da srta. Gray. Preciso ir resolver uns assuntos." E, novamente, sem dar tempo para respostas ou perguntas, o sábio bruxo se foi, deixando-os a sós.
Um silêncio perturbador se fez presente. Snape a observava olhar fixamente o chão.
"Srta. Gray, esta é uma poção que elimina a enxaqueca e outras conseqüências decorrentes da ingestão excessiva de álcool. Esta dose é suficiente", disse ao mesmo tempo em que estendia o vidrinho a jovem.
Notou que Edrea corou violentamente. Acompanhou a mão trêmula e enluvada da bruxa pegar o frasco.
De um gole só, a poção se foi. Snape ouviu um baixíssimo 'obrigada'. E lá estava ela, dando-lhes as costas, quando ele a interrompe. "Srta., precisamos trocar o curativo de sua mão."
Edrea não sabe como se manteve em pé, pois teve a sensação que ia desmaiar a qualquer momento. "Então foi você?", questionou ainda de costas. Não houve respostas.
"Por gentileza, siga-me." Edrea obedeceu e se dirigiu ao escritório do bruxo. Lá sentou-se. Snape trouxe alguns ungüentos e curativos. Notou com espanto que a mão da moça estava gelada e tremeu ao primeiro toque dele. Sem perder o tom sarcástico diz "Eu não mordo srta.", se arrependendo logo em seguida. Durante todo o processo, ele não soube dizer se ela o olhava, pois os óculos escuros eram intransponíveis.
Agilmente o mestre das poções trocou os curativos. Ele ficou satisfeito ao ver que os cortes não sangraram mais e que a cicatrização estava muito rápida. "Não use as luvas, para não comprimir os ferimentos", aconselhou o bruxo. Edrea consentiu.
Ao se virar para guardar o material, Snape escutou mais um baixo 'obrigada' e a cadeira se arrastando. Edrea se dirigia a saída. Mas antes de transpor a porta, ainda de costas, Edrea questiona: "Por que o senhor foi até os meus aposentos?", a voz dela soava fraca.
"Perdoe-me srta., mas Firenze veio me buscar", foi tudo que ele conseguiu dizer, num tom baixo.
Rapidamente a bruxa não estava mais lá. Snape se joga pesadamente em sua cadeira com o olhar perdido.
A aula do dia era com as turmas do 5º ano de Grifinória e Sonserina. Instantaneamente lembrou-se do primeiro dia de aula e buscou com os olhos o grupo de sonserinos. Não precisou ler a mente para perceber o quanto estavam acuados e com receio. "O que será que Snape fez com eles?" À primeira lembrança do Mestre das Poções, Edrea se puniu.
"CA-LA-DA!!"
Aquilo a fez saltar e tremer. Snape se aproximou a passos rápidos e firmes. A cabeça de Edrea estava a mil. "Sai daí, vai. Ah, qual é, você é um animago, ataca ele..." Não concluiu os pensamentos, Snape estava a menos de um palmo dela.
Ela sentia a respiração ofegante dele ricochetear a sua própria pele. Os olhos faiscando de ódio e de... hein?? Não terminou o raciocínio. Snape a tomara nos braços e a beijava apaixonadamente, com todo o desejo e amor possíveis. Edrea se desmanchou em seus braços e retribuiu o beijo fervorosamente.
A jovem pula e senta na cama, ofegante. Nota que suava muito, como se tivesse em febre. Leva os delicados dedos aos lábios e a sua mão chama a atenção. Estava com um curativo. Então a noite passada veio em sua memória, trazendo uma incrível enxaqueca. Lembrou-se que se embriagou, desvairada quebrou a taça com a mão e sorveu até a última gota no gargalo da garrafa. E desmaiou.
Com os miolos cozinhando e a mão doendo, nota que Firenze também acabara de acordar e a olhava gentilmente perto da cabeceira. Com certa lerdeza, levanta-se e se admira com o sangue no lençol, concluindo a imprudência que fizera e se perguntando quem poderia ter feito o curativo e por que. Olha inquiridora para o felino, que simplesmente ignora o olhar e se espreguiça faceiramente.
A passos lentos, com as pernas pesadas, Edrea vai até a janela e abre as cortinas. Sua cabeça latejou mais forte e seus olhos arderam. Estava um belo dia ensolarado. Fechou a cortina como um vampiro que foge do sol. Olhou o relógio atordoada e se apressa ao ver que estava atrasada para o café no salão comunal.
"Você está com uma aparência deplorável querida", ironiza o reflexo no espelho do banheiro. Edrea o ignora. Toma uma ducha rápida e vai ao armário. Hoje decidiu se vestir bem como o seu humor: toda de preto. Subitamente arregala os olhos e desfaz a idéia ao se lembrar de certo alguém que só se veste de preto.
Então viu umas peças de um azul marinho profundo como a mais escura noite sem estrelas e sem luar. Vestiu a calça, a bata que deixava seus ombros a mostra e o colete, o típico uniforme de Edrea, conclui a própria ao calçar as botas. Com um leve movimento da varinha, arruma os cabelos e se maquila. Mas seu aspecto ainda era decepcionante. Olheiras profundas e um ar abatido. Conjura óculos escuros. E resolveu usar as luvas, para escamotear a mão ferida. Não queria questionamentos. Deu o café da manhã de Firenze e saiu voando dali, estava mais do que atrasada.
O salão comunal estava cheio; um falatório e tanto. Não olhou para ninguém, mas todos os professores a olharam. Sentou-se entre Sirius e Flitwick e se concentrou no café da manhã. As vozes acabavam com os poucos miolos que lhe sobraram.
"Não lhe parece um bom dia não é mesmo Edrea?" perguntou Sirius preocupado.
A bruxa limitou-se a um sorriso amarelo.
"Perdoe-me a intromissão, mas, por que estes óculos?"
"Já ouviu falar numa doença trouxa, Sirius? Conjuntivite?"
"Sim", mas Sirius não engoliu a resposta. Notou que ela também vestia luvas. No entanto não quis perturbar a jovem com mais perguntas.
Snape estava um tanto perturbado. Viu o estado da garota e notou que ela não olhava para ninguém ou para coisa alguma, só para o que estava na sua frente, à mesa.
Durante o café, Edrea fez um retrocesso do seu primeiro mês em Hogwarts. "Porre no serviço Edrea? Você nunca foi de beber... Tsk tsk... Não perca a cabeça por idiotices", sua consciência a aconselhava.
Pela primeira vez na manhã, sua atenção foi chamada ao centro da mesa. Era Alvo que pedia silêncio.
"Bom dia a todos! Como sabem no fim deste mês teremos o dia das bruxas e, como acontece anualmente, teremos um baile para comemorarmos a ocasião. Dentro de algumas semanas Hogwarts verá a melhor festa das bruxas em anos!!"
O salão veio a baixo. Os alunos comemoravam como nunca. Alvo pediu silêncio e prosseguiu.
"Alunos e professores estarão dispensados de seus deveres nesta data para concluirmos os preparativos do baile, que será de máscaras. Obrigado e tenham um excelente dia!!"
O falatório retornou em dobro. Edrea gemeu baixinho com a dor de cabeça. "Tudo bem querida?" era a vez de Flitwick. Edrea acenou positivamente com a cabeça. Última a chegar e a primeira a sair. Todos notaram.
"Com licença srta. Gray", solicitou Alvo.
"Bom dia senhor", Edrea estava em sua sala lendo atentamente umas papeladas...
"Desculpe a intromissão, mas a srta. não está nada bem hoje. Notei que mal se alimentou. E isso não é da conjuntivite". Edrea jurou ver um sorrisinho por entre a barba prateada do velho bruxo.
"É Dumbledore, nada lhe escapa, não é mesmo?"
"Vamos, você precisa tomar alguma coisa para melhorar. Me acompanhe."
A jovem seguiu o bruxo. Num dado momento da caminhada, o sangue em suas veias parecia ter congelado, notando que se encaminhavam às masmorras.
"Senhor, não deveríamos ir para a enfermaria?"
"Minha filha, nada que uma poção do professor Snape não resolva."
A bruxa seguiu como se tivesse indo para o matadouro. O velho bruxo parecia estar se divertindo com a situação.
Snape estava na mesa lendo textos de alunos quando a duplo chegou. "Bom dia Severus!"
"Bom dia Alvo", então Snape levanta os olhos e vê que o amigo estava acompanhado. "Em que posso ser útil?", fala vagarosamente.
"Severus, aquela poção que solicitei por favor."
Edrea não levantara a cabeça, olhava fixamente o chão. Snape se dirigiu ao armário e trouxe um pequeno frasco com conteúdo azul céu.
"Aqui está senhor."
"Ótimo!! Cuide da srta. Gray. Preciso ir resolver uns assuntos." E, novamente, sem dar tempo para respostas ou perguntas, o sábio bruxo se foi, deixando-os a sós.
Um silêncio perturbador se fez presente. Snape a observava olhar fixamente o chão.
"Srta. Gray, esta é uma poção que elimina a enxaqueca e outras conseqüências decorrentes da ingestão excessiva de álcool. Esta dose é suficiente", disse ao mesmo tempo em que estendia o vidrinho a jovem.
Notou que Edrea corou violentamente. Acompanhou a mão trêmula e enluvada da bruxa pegar o frasco.
De um gole só, a poção se foi. Snape ouviu um baixíssimo 'obrigada'. E lá estava ela, dando-lhes as costas, quando ele a interrompe. "Srta., precisamos trocar o curativo de sua mão."
Edrea não sabe como se manteve em pé, pois teve a sensação que ia desmaiar a qualquer momento. "Então foi você?", questionou ainda de costas. Não houve respostas.
"Por gentileza, siga-me." Edrea obedeceu e se dirigiu ao escritório do bruxo. Lá sentou-se. Snape trouxe alguns ungüentos e curativos. Notou com espanto que a mão da moça estava gelada e tremeu ao primeiro toque dele. Sem perder o tom sarcástico diz "Eu não mordo srta.", se arrependendo logo em seguida. Durante todo o processo, ele não soube dizer se ela o olhava, pois os óculos escuros eram intransponíveis.
Agilmente o mestre das poções trocou os curativos. Ele ficou satisfeito ao ver que os cortes não sangraram mais e que a cicatrização estava muito rápida. "Não use as luvas, para não comprimir os ferimentos", aconselhou o bruxo. Edrea consentiu.
Ao se virar para guardar o material, Snape escutou mais um baixo 'obrigada' e a cadeira se arrastando. Edrea se dirigia a saída. Mas antes de transpor a porta, ainda de costas, Edrea questiona: "Por que o senhor foi até os meus aposentos?", a voz dela soava fraca.
"Perdoe-me srta., mas Firenze veio me buscar", foi tudo que ele conseguiu dizer, num tom baixo.
Rapidamente a bruxa não estava mais lá. Snape se joga pesadamente em sua cadeira com o olhar perdido.
A aula do dia era com as turmas do 5º ano de Grifinória e Sonserina. Instantaneamente lembrou-se do primeiro dia de aula e buscou com os olhos o grupo de sonserinos. Não precisou ler a mente para perceber o quanto estavam acuados e com receio. "O que será que Snape fez com eles?" À primeira lembrança do Mestre das Poções, Edrea se puniu.
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4 comentários:
Out!
Não gosto dos textos da Rosa Rumorosa!
(causando intriga!rs)
Assinado: O(a) Anônimo(a)
Mistériooooo....
Foda-se rsrs
Ass.: Rosa Rumorosa
Rosa,
òtimo texto, opinião de quem conhece um pouco de literatura e imparcial. Opiniões secundárias pouco importam ok!
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