terça-feira, março 21, 2006
Fumo, fuga - por Rodrigo Pinto
Naquele final de tarde, Manuela apoiava a cabeça num dos braços, e com a outra mão tamborilava os dedos na mesa de alvenaria que servia de apoio pro computador. Já fazia 3 dias que havia parado de fumar, mas a vontade crescia a cada minuto lento que passava dentro do escritório. Tédio. Nada pra fazer. O chefe já havia ido embora, mas ela tinha que esperar dar o horário. Merda de vida. Queria um cigarrinho. Só um cigarrrinho...
Fagner era o faxineiro. Estava varrendo os cantos da sala e assobiava algum tema do comercial de Hollywood. Manuela agora roía a unha do mindinho e coçava a virilha usando o grampeador. Fagner percebe a movimentação e inventa de passar pano. Passa na mesa, passa no chão. Com sutileza, se esgueira por baixo da mesa de Manuela e logo tem uma visão privilegiada das pernas da moça. Manuela percebe, e levanta-se de um pulo. Vai até o rádio-relógio e liga numa estação de AM que chia notícias e ouve uma propaganda de fixador de dentadura. Depois do reclame, um locutor rouco anuncia uma fuga em massa de um presídio ali perto. Manuela se apavora. Fagner não se abala, mas sugere que não será seguro sair do prédio aquela hora, já estava escuro, era melhor ficarem ali até a polícia tomar conta da situação. Manuela concorda, mas quer um cigarro. Mostrando-se corajosos e viril para impressionar a fêmea, Fagner vai até o boteco da esquina comprar um maço. No meio do caminho, é feito refém pelo fugitivo Petrônio. A polícia cerca. Negociação. O pobre Fagner sente o fedor que Petrônio emana, depois de rastejar alguns metros pelo esgoto. Tensão. Nervos a flor da pele. A imprensa em peso. Jornalistas. Câmeras. Flashes. Petrônio se irrita. A polícia percebe e resolve agir. Tiros, gritos. Petrônio e Fagner caídos. Este, num último esforço balbucia algo como : "ela só queria um cigarro, e seria minha".
Enquanto isso, Manuela espera. Coçando a virilha e roendo a unha do mindinho.
E morrendo de vontade de fumar.
Fagner era o faxineiro. Estava varrendo os cantos da sala e assobiava algum tema do comercial de Hollywood. Manuela agora roía a unha do mindinho e coçava a virilha usando o grampeador. Fagner percebe a movimentação e inventa de passar pano. Passa na mesa, passa no chão. Com sutileza, se esgueira por baixo da mesa de Manuela e logo tem uma visão privilegiada das pernas da moça. Manuela percebe, e levanta-se de um pulo. Vai até o rádio-relógio e liga numa estação de AM que chia notícias e ouve uma propaganda de fixador de dentadura. Depois do reclame, um locutor rouco anuncia uma fuga em massa de um presídio ali perto. Manuela se apavora. Fagner não se abala, mas sugere que não será seguro sair do prédio aquela hora, já estava escuro, era melhor ficarem ali até a polícia tomar conta da situação. Manuela concorda, mas quer um cigarro. Mostrando-se corajosos e viril para impressionar a fêmea, Fagner vai até o boteco da esquina comprar um maço. No meio do caminho, é feito refém pelo fugitivo Petrônio. A polícia cerca. Negociação. O pobre Fagner sente o fedor que Petrônio emana, depois de rastejar alguns metros pelo esgoto. Tensão. Nervos a flor da pele. A imprensa em peso. Jornalistas. Câmeras. Flashes. Petrônio se irrita. A polícia percebe e resolve agir. Tiros, gritos. Petrônio e Fagner caídos. Este, num último esforço balbucia algo como : "ela só queria um cigarro, e seria minha".
Enquanto isso, Manuela espera. Coçando a virilha e roendo a unha do mindinho.
E morrendo de vontade de fumar.
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2 comentários:
Putz a Manuela é foda hein ! rssr
Vc viu só o q essa merda de cigarro faz?? Não tira a vida de uma forma, mas tira de outra ! rsrs
hehe.. viva a Manuela... mas e ai ela parou de fumar, fumou....rsrs
beijos seu loko !
Hahahahhahhaaha....da hora esse texto!
Cheio de mensagens subliminares....
Acho q vc quis dizer q o cigarro além de matar o próprio fumante, mata outros tb, ou seja, os fumantes passivos...
É isso q vc quis dizer!?
Uhuuuu...matei a charada!
Bjos, Perrito de mi corazón!
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